09/03/08 11h30

Concessionárias de rodovias foram as mais rentáveis em 2007

Folha de S. Paulo - 09/03/2008

No ano passado, o segmento que registrou maior rentabilidade foi o de administração e concessão de rodovias, segundo estudo elaborado pela Austin Rating sobre a rentabilidade dos principais setores da economia no país. O setor financeiro ficou em 14º lugar em rentabilidade, mas foi também o que registrou o maior lucro líquido em comparação aos demais segmentos. Os 148 bancos somaram um lucro de R$ 33,2 bilhões (US$ 18,9 bilhões). Em segundo ficou o setor de telecomunicações, que registrou um lucro total de R$ 19,4 bilhões (US$ 11 bilhões), mas que acabou em 21º em rentabilidade. O indicador de rentabilidade foi calculado a partir da relação entre lucro líquido e patrimônio líquido. O trabalho da Austin Rating mediu o desempenho de 672 empresas de capital aberto em 28 diferentes setores da economia, a partir dos balanços no período de janeiro a setembro do ano passado. O setor de administração e concessão de rodovias registrou, no ano passado, uma rentabilidade de 33,9%, apesar de os valores serem pequenos. Esse desempenho, segundo a Austin Rating, está diretamente relacionado ao programa de privatização e concessão de rodovias, que foi retomado pelo governo FHC a partir da segunda metade dos anos 90, e teve continuidade, ainda que modesta, no governo Lula. A alta rentabilidade do setor se explica pelo fato de as rodovias privatizadas estarem em condições relativamente razoáveis de uso, o que não tornou necessário grandes investimentos. Além disso, o preço do quilômetro rodado é um dos maiores no mundo. No ranking elaborado pela Austin Rating, em segundo lugar em rentabilidade ficou o setor de bebidas e fumo, com 32,5%, e, em terceiro, siderurgia, com 24,8%. Segundo a consultoria, boa parte dessa alta rentabilidade do setor de bebidas e fumo é explicada pelo elevado grau de concentração nos dois segmentos: AmBev no setor de bebidas e Souza Cruz no de fumo. Já o setor de siderurgia foi beneficiado tanto pelo crescimento mundial observado nos últimos cinco anos quanto pela expansão interna do crédito.