03/09/08 14h08

Companhias preparam-se para disputa por rodovias paulistas

Valor Econômico - 03/09/2008

Desde a manhã de ontem um pequeno exército de engenheiros, técnicos e executivos financeiros das principais concessionárias rodoviárias do país está debruçado sobre as milhares de páginas dos editais das cinco rodovias paulistas que serão leiloadas no dia 29 de outubro. Cada uma dessas companhias está fazendo contas, analisando os riscos e buscando a fórmula mágica que lhes permitirá oferecer o menor preço a ser cobrado nas praças de pedágio que serão distribuídos por mais de 1,7 mil quilômetros das rodovias Carvalho Pinto, Ayrton Senna, Dom Pedro I, Raposo Tavares e Marechal Rondo. Este é o primeiro pacote relevante de rodovias que o Estado de São Paulo leva a leilão nos últimos 10 anos. Animado pelos resultados das sete rodovias federais que foram leiloadas no final do ano passado e pelo sucesso do processo de concessão do trecho Oeste do Rodoanel, o governo decidiu apostar pesado neste novo pacote. Está cobrando R$ 3,5 bilhões (US$ 2,15 bilhões) em direitos de outorga - a taxa que cada empresa paga ao Estado para ter o direito de explorar as rodovias - e investimentos totais de R$ 8 bilhões (US$ 4,9 bilhões). Além disso, o vencedor terá que conservar cerca de 900 quilômetros de rodovias vicinais que não fazem parte da concessão. O governo paulista acredita que muitas empresas ficaram sem nada nos últimos leilões e estariam dispostas a aceitar essas condições. Mesmo com essas exigências, consideradas indigestas pela maior parte do mercado, praticamente todas as grandes empresas do setor já se preparam para entrar na briga. E provavelmente de forma agressiva.