12/03/08 11h39

Companhias enfrentam a crise dos mercados para captar na bolsa

Valor Econômico - 12/03/2008

A iniciativa da Anhangüera de enfrentar os investidores e tentar realizar uma nova oferta de ações na Bovespa mostra que é crescente o número de companhias que estão dispostas a se expor ao momento, a despeito da instabilidade dos mercados globais. Empresas dos mais variados tamanhos e dos mais diversos setores. Apesar de a lista de companhias que desistiram de ir à Bovespa já acumular 17 representantes neste ano e não parar de crescer, o número de empresas que vão à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedir registro para oferecer ações também aumenta. Excluindo as duas únicas colocações já feitas - Nutriplant e GP Investments - somam um total de 12 as pretendentes que ampliaram a lista da autarquia neste ano. Além da Anhangüera, só neste mês, quem anunciou pretensões de enfrentar o cenário foram grupo Gerdau, para se capitalizar; BBVA para vender sua fatia no Bradesco; e a construtora sergipana Norcon e a indústria química argentina Solvay para estrear os papéis na bolsa paulista. Nem a desistência de Lilly Safra de pulverizar o capital da rede varejista Ponto Frio esfriou os ânimos dos mais otimistas. Nem os comentários de bastidor no mercado sobre a dificuldade da Redecard, uma das estrelas entre novatas de 2007, com a oferta secundária abalou quem chegou agora. A disposição dos mais corajosos vem do desempenho do Índice Bovespa frente às bolsas globais. O indicador brasileiro acumula, até ontem, queda de 2,38% em 2008, frente perda de 8,35% do americano Dow Jones e desvalorização de 11,87% do londrino FT100. Entretanto, o desempenho do índice local reflete, especialmente, a boa performance dos setores de commodities e não embute a forte correção sofrida pelas empresas de menor porte e baixa liquidez, com destaque para as estreantes da Bovespa.