11/11/19 11h37

Como o ecossistema brasileiro de startups pode se desenvolver

Jorge Pacheco, fundador do hub de inovação State, falou sobre o assunto durante uma apresentação no Future Summit, em São Paulo

Pequenas Empresas e Grandes Negócios

Um ecossistema precisa de três características principais: talentos, capital e conexões. É isso que acredita Jorge Pacheco, fundador do hub de inovação State e do espaço de coworking Plug.Co. O empreendedor falou durante o Future Summit, em São Paulo.

O evento, organizado pela Polinize, aconteceu na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Pacheco apresentou a palestra “Ecossistemas de Inovação”, e falou sobre o desenvolvimento de startups em todo o mundo.

Para tornar possíveis as três características mencionadas, o empreendedor acredita que são necessários alguns agentes transformadores. Alguns são óbvios, como hubs, aceleradoras, incubadoras, investidores e empreendedores.

Pacheco falou também sobre a importância das universidades na formação de talentos, mas não só. “Essas instituições precisam ensinar e estimular os jovens a empreender”, disse.

Porém, segundo o empreendedor, o papel fundamental é do governo. “É quem realmente pode estimular a inovação e o desenvolvimento de negócios”, afirmou. O governo pode criar programas de estímulo a investimento e acesso a capital, reduzir a burocracia e até fornecer espaços públicos ociosos. “Existem muitos prédios abandonados que poderiam ser transformados em espaços de trabalho”, afirmou.

Para demonstrar a importância do estímulo governamental para o desenvolvimento das startups, Pacheco deu o exemplo da chinesa Shenzen. Até os anos 80, era uma cidade de pescadores, mas se tornou um dos ecossistemas mais tecnológicos do mundo — tudo por incentivo do governo.

Por último, Pacheco falou também sobre a falta da cultura empreendedora no Brasil. “O brasileiro empreende muito mais por necessidade”, disse. “O vendedor de cachorro quente e o criador de aplicativo são empreendedores, mas só o segundo tem essa visão”.

Mesmo assim, o empreendedor se coloca como otimista. “Um ecossistema demora cerca de 20 anos para se desenvolver, e o Brasil tem apenas dez”, afirmou.