08/10/09 15h18

Commodities em alta levam otimismo à AGCO

DCI

As vendas de máquinas agrícolas no País subiram 7,9% em setembro e pararam de cair em relação ao ano passado, no entanto, a estabilização na comercialização não impedirá que o setor registre perdas em 2009. Com a alta no preço das commodities, no entanto, a AGCO prevê melhora nas vendas.

No acumulado do ano até setembro, as vendas de máquinas somaram 38.360 unidades, uma queda de 6,4% ante igual período de 2008. Além do decréscimo em volume, o valor dos produtos vendidos também foi alterado. O mix nas vendas do setor foi invertido e a rentabilidade das empresas deve despencar este ano. Apenas em receita com as exportações, o setor registra no acumulado de janeiro a setembro uma queda de 62,1%, de US$ 2,29 bilhões para US$ 869,56 milhões. Em volume a retração nas vendas externas é de 54,9%.

Grande parte da retomada ensaiada pela indústria de máquinas e implementos agrícolas está atrelada ao crescimento de 51% nas vendas dos tratores de até 75 cavalos, impulsionada pelos programas governamentais de incentivo (Mais Alimentos, Pró-Trator e Trator Solidário), mas os valores desses produtos são, em média, 25% inferior aos das máquinas de alta potência. Para os tratores acima de 75 cavalos, a queda no acumulado do ano chega a 29%.

De acordo com Martin Richenhagen, presidente do grupo AGCO (detentor das marcas Massey Ferguson e Valtra, entre outras), a participação da empresa no mercado no acumulado do ano é bastante similar, mas o mix impactou bastante. A receita líquida global da AGCO em 2008 foi de US$ 8,4 bilhões e o executivo estima uma redução de 20% a 25% no faturamento mundial este ano. Richenhagen destacou ainda a rápida ascensão do mercado de pequenos tratores na China e destacou que a consolidação do mesmo impulsionará o crescimento das vendas mundiais desses veículos.

André Carioba, vice-presidente sênior da AGCO na América do Sul, afirmou que no próximo ano, no Brasil, os programas de governo vão continuar ajudando na manutenção da curva ascendente da venda de tratores, mas o impacto não deverá mais ser o mesmo. Ainda voltada para pequenos e médios agricultores, a companhia lançou na América do Sul o programa AGCO Rental que se trata do aluguel de equipamentos agrícolas. "O programa abre a possibilidade desses agricultores terem, no futuro, acesso a equipamentos modernos", avaliou Carioba. Segundo o executivo, o novo negócio pode significar até 15% do faturamento da empresa nos próximos dois a três anos e ajudar a estabilizar o faturamento da empresa em períodos de queda nas vendas. Os primeiros contratos do Rental AGCO foram feitos no último mês de julho em sete concessionárias no Brasil e até dezembro a empresa irá oferecê-lo a todos os concessionários sul-americanos.