15/07/09 10h11

Comércio surpreende e cresce 4%

O Estado de S. Paulo

As vendas do comércio varejista em maio surpreenderam com crescimento acima do esperado por economistas. A alta foi de 0,8% ante o mês anterior e de 4% ante maio de 2008, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outra surpresa, mas negativa, foi o fato de a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) não ter produzido nenhum efeito nas vendas de eletrodomésticos. Analistas de 20 instituições financeiras estimavam, em média, alta de 0,2% nas vendas ante o mês anterior e de 2,6% ante maio de 2008, de acordo com levantamento da AE Projeções.

O técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira, destacou o desempenho melhor do varejo de um mês para outro. "Isso pode estar refletindo uma reação no crédito e na confiança do consumidor e a continuidade do crescimento da massa salarial." Ele ressaltou que, enquanto oito atividades registraram queda nas vendas em abril ante o mês anterior, em maio o único segmento a recuar nessa comparação foi o de equipamentos e materiais para escritório e informática (-11,6%).

Além disso, o comércio varejista reverteu duas quedas consecutivas ante o mês anterior, em março e abril, para um crescimento em maio. No ano, o varejo acumula alta de 4,4% nas vendas e em 12 meses, de 6,5%. Para Pereira, os dados de maio deixam claro que é o aumento da massa salarial vem sustentando o setor. Ele exemplificou que segmentos como de hiper e supermercados (alta de 6,7% em maio ante igual mês de 2008) e artigos farmacêuticos (alta de 10%) mostram claramente essa influência da renda na vendas. Segundo dados da Tendências Consultoria, a massa salarial real aumentou 5,3% nos primeiros cinco meses do ano em relação a igual período de 2008.