Comércio de Campinas prevê movimentar R$ 16 mi no Carnaval
Quantia representa um aumento de 5,26% em relação ao ano passado
Correio PopularO Carnaval deve movimentar R$ 16 milhões no comércio este ano em Campinas, um aumento de 5,26% em comparação aos R$ 15,2 milhões de 2024. A estimativa é da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), com o crescimento envolvendo desde atividades sazonais, como a dos ambulantes, até a hotelaria.
“O Carnaval vem se consolidando como um evento de grande impacto econômico para Campinas. A movimentação nas ruas e estabelecimentos gera um efeito cascata, impulsionando desde pequenos negócios até grandes redes”, explica o economista da entidade, Mário Eduardo Campos.
De acordo com a Acic, o maior faturamento e aumento nas vendas será no setor de bebidas e alimentação, com alta esperada de 6%, e uma movimentação de R$ 5,3 milhões. A segunda posição é ocupada pela realização de bailes de Carnaval e festas privadas, com R$ 4,22 milhões, com crescimento de 2,9%. A hospedagem e hotelaria representam mais R$ 1,68 milhão,acréscimo de 5,5% em relação ao ano passado.
A proximidade da festa, com a apresentação do primeiro bloco de rua marcada para o próximo sábado, dia 15, já movimenta o setor de fantasias e produtos carnavalescos, com a prévia de movimentação sendo de R$ 2,30 milhões, alta de 4,5%, segundo a Associação Comercial. “O Carnaval é nossa segunda melhor data do ano”, comemora a gerente comercial de uma loja de fantasias no Centro, Cinthia Silva dos Santos. A data fica atrás apenas do Halloween, ou Dia das Bruxas, comemorado em 31 de outubro.
Procura e online
A filial de Campinas, instalada há sete anos, faz parte da rede de uma fabricante desse tipo de roupa, que tem outras quatro unidades em São Paulo. As fantasias têm preço entre R$ 88 e R$ 600, com a empresa trabalhando com venda e aluguel para adultos, enquanto para as crianças, apenas venda. As peças infantis mais procuradas são de super-heróis, como Homem-Aranha, Vingadores e Batman, além de havaiana, princesa e bailarina.
Elas têm em comum serem mais leves, com short e manga curta, explica Cinthia dos Santos. Os adultos optam mais por temas ligados a profissões, entre elas, policial, bombeiro e enfermeira. Ao todo, são cerca de 500 opções para o público de todas as idades, a começar pelo bebês.
As lojas também apostam no e-commerce para aumentar o faturamento, atuando através dos próprios sites e presentes também em marketplaces, com a atuação se expandindo para todo o Brasil, não ficando mais restrita ao comércio local onde está a unidade física. “O online representa 80% das nossas vendas”, apontou a gestora de outra loja, no Jardim Guanabara, Talita Mendes da Cruz. Ela estima uma alta nas vendas este ano em torno de 20%.
A empresa promete a entrega em até três dias, através dos Correios, para as cidades dos Estados de São Paulo e Minas Gerais. A loja investiu este ano principalmente na venda de adereços carnavalescos, como colares havaianos, tiaras temáticas e placas com frases divertidas e que fazem sucesso entre o público. Entre elas, está “que Show da Xuxa é esse?”, que “pegou” invadiu os memes após ser dita por uma menina durante uma entrevista a uma emissora de televisão, ao reclamar da dificuldade de entrar em uma festa. Ela aparece junto com outras, como “essa vai pro Zap Zap” e “amo muito tudo isso!”.
Atrás do trio elétrico
Segundo a Acic, os 55 blocos de rua programados para se apresentarem este ano em Campinas devem movimentar R$ 2,5 milhões, aumento de 8,7% em comparação aos R$ 2,3 milhões de 2024. No ano passado, esses eventos contaram com a participação de 150 mil pessoas, aumento de 27,12% em relação aos 118 mil de 2023, de acordo com balanço divulgado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
Foram 300 horas de apresentações em todas as regiões de Campinas, entre elas Campo Grande, Ouro Verde, Vila Padre Anchieta, Nova Europa, Joaquim Egídio, Sousas, Barão Geraldo, Costa e Silva, São Bernardo, Centro e outros. “A gente espera que o Carnaval de Campinas tenha, novamente, impacto regional trazendo pujança para a economia da cidade e opções variadas para cada gosto”, destaca a secretária municipal de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli.
O Carnaval 2025 terá a volta da City Banda, famosa na cidade e que deixou de sair há dois anos. As apresentações contarão ainda com a participação de quatro blocos de escolas de samba, a Estrela Dalva, Leões do Padre Anchieta, Unidos do Shangai e Rosas de Prata. Entre os blocos inscritos, alguns muito conhecidos dos foliões, como Tomá na Banda, do Bob, Carna DIC, Caixeirosas, do Circo e do Ribeirão.
Comércio
Para quem pretende aproveitar o Carnaval para aumentar as vendas, a Serviços Técnicos Gerais (Setec), responsável pela fiscalização do comércio de rua, abriu anteontem (6) as inscrições para as pessoas interessadas em trabalhar. No caso dos interessados em atuar no préCarnaval, o prazo vai até a próxima quarta-feira (12), e para as vagas do Carnaval, até o dia 21.
Estão abertas 140 vagas, sendo 60 para os desfiles do pré-carnavalescos (14, 15, 22 e 23 de fevereiro) e 80 para os do Carnaval (28 deste mês a 4 de março). As inscrições devem ser feitas pessoalmente na Setec, localizada na Praça Voluntários de 32, s/nº, Ponte Preta, em dias úteis, no horário das 9h às 16h30.
No ato da inscrição o interessado deverá apresentar requerimento próprio, além de Carteira de Identidade (RG), CPF, comprovante de residência recente e em nome do requerente. Para o ramo de alimentos também deverá ser apresentado o certificado de participação em curso de Boas Práticas de Manipulação de Alimentos. Serão autorizados equipamentos de tração manual, como caixa térmica, cesta, carrinho manual e varal. Ainda poderão ser utilizados veículos motorizados (trailer e food truck) e banca desmontável com metragem máxima de 9 metros quadrados (m²).
Regras
Os vendedores ambulantes também devem ficar atentos as regras para a atuação durante o Carnaval, definidas pelo decreto nº 23.760, publicado em 28 de janeiro no Diário Oficial do Município. Ele define, por exemplo, a proibição de qualquer tipo de bebida em garrafas de vidro e traz os horários de funcionamento de estabelecimentos próximos aos locais onde haverá desfile. As regras também valem para o pré-Carnaval.
Os vendedores ambulantes que não cumprirem a determinação terão as licenças suspensas até o final da festa. O decreto traz ainda as normas para os estabelecimentos fixos localizadas nas proximidades dos locais de apresentação dos blocos. Eles também serão fiscalizados e não poderão vender para consumo externo bebida sem garrafas de vidro em um raio de 1.000 metros dos locais de desfile a partir de três horas antes e até três horas depois do fim dos eventos. A venda nesse tipo de recipiente somente feita para consumo no próprio estabelecimento.
“Temos uma preocupação especial com recipientes de vidro, porque podem quebrar e causar acidentes e, em caso de algum distúrbio da ordem ou briga, pode servir como arma”, disse o diretor de Cultura, Gabriel Rapassi. O decreto diz ainda que os eventos de Carnaval nos espaços públicos da cidade só podem ser realizados com a comunicação prévia à prefeitura e obtenção de alvará. Além disso, é proibido o uso de qualquer tipo de instrumento musical ou aparelho sonoro, assim como a venda de bebidas, após o horário autorizado, num raio de 2 km do local do evento. A fiscalização, de acordo com cada atividade, será feita pela Secretaria de Urbanismo, Setec e Guarda Municipal.