30/01/24 14h32

Comércio de Campinas estima faturamento de R$ 15 mi com o Carnaval

Os lojistas estão animados com a folia, que deve render mais do que em 2023

Correio Popular

Campinas deu largada às festividades carnavalescas neste sábado (27), marcando o início da folia de momo que se estenderá até o dia 13 de fevereiro. De acordo com estimativas da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), a festividade promete impulsionar a economia local com um montante de R$ 15,1 milhões.

A base para esse cálculo considera a participação de aproximadamente 100 mil foliões nas atividades realizadas em ruas, praças e estabelecimentos no ano anterior. O evento contou com cerca de 60 desfiles de blocos e festas carnavalescas, conforme divulgado pela Prefeitura Municipal.

A Acic destaca que a estimativa para 2024 supera levemente o desempenho do ano anterior, sinalizando um cenário promissor para setores como a venda de artigos carnavalescos, o aumento no consumo de bebidas e alimentos durante as festividades, além de um impulso no setor hoteleiro.

Com uma programação que inclui pelo menos 55 blocos de rua, evidenciando um movimento descentralizado no evento deste ano, o aumento da participação de diversas regiões da cidade reforça a perspectiva otimista em relação às projeções para a festividade. Adriana Flosi, presidente da Acic, destaca que, apesar dos desafios decorrentes da inflação e da desaceleração econômica em 2023, há uma expectativa de crescimento, ainda que moderado. Contudo, ela ressalta o cenário positivo que se delineia.

O departamento de economia da entidade projeta um incremento de R$ 2,2 milhões nas vendas do comércio durante o feriado, especialmente no Centro, onde itens como fantasias, confetes e serpentinas ganham destaque. Essa elevação é estimada em 10%, comparada a 2023, quando as vendas desses produtos totalizaram R$ 2 milhões.

Segundo a Acic, prevê-se um aumento de 15% na movimentação financeira relacionada aos blocos de rua, com uma estimativa de R$ 2,3 milhões (em comparação com R$ 2 milhões no ano anterior). Quanto aos bailes de carnaval, estimase um consumo de R$ 4,1 milhões (em comparação com R$ 4 milhões no ano passado), enquanto o consumo de bebidas e alimentação é projetado em R$ 5,0 milhões (R$ 4,5 milhões em 2023).

A projeção aponta para uma movimentação de R$ 1,6 milhões no setor de hospedagem e hotelaria (um aumento de 6,7% em relação a R$ 1,5 milhões em 2023).

O setor de consumo também apresenta perspectivas positivas, com projeções indicando um aumento no faturamento durante os dias de festividade em relação a 2023. As entidades almejam um incremento de até 15% em comparação ao ano anterior.

Essa expectativa otimista é impulsionada pelo crescimento no número de empregos e pela melhoria nos indicadores econômicos, incluindo a redução da inflação e das taxas de juros.

Eliane Rosandiski, professora e economista da PUCCampinas, destacou a importância da movimentação que a festividade gera nos setores comerciais. Segundo ela, ao comparar os dados com a média do ano anterior, percebe-se que, mesmo diante das variações, a preparação para atender à demanda festiva evita frustrações de expectativas. "Nós temos uma situação onde comparamos com a média do ano passado, mas de qualquer forma, para quem está se organizando para atender essa demanda, não haverá uma frustração de expectativas. O que mostra que essa sazonalidade do carnaval acaba movimentando o comércio, setor de alimentos e até mesmo o setor de acessórios com esses foliões que procuram por acessórios e se preparam antecipadamente para essa festa e gera esse efeito positivo para a cidade." Explicou.

Eliane ressaltou ainda a importância do evento como estímulo para os comércios. "É algo que, de alguma forma, a economia vai se organizando para atender às demandas desse público. Então, todo esse calendário festivo acaba funcionando como pequenos estímulos para a economia."

Em relação à perspectiva de descentralização, a especialista destaca. "Não só do ponto de vista econômico, mas do ponto de vista espacial. Quando você tem aglomeração de pessoas, você descentraliza a festa, isso melhora a disposição das pessoas e gera uma sensação positiva para elas. Facilitando a mobilidade das pessoas e causando uma impressão positiva que é levada em consideração nas projeções da festa no próximo ano. E essa percepção retoma aquela essência da festa popular e faz com que esse calendário se repita."

Em relação aos impactos econômicos, Eliane ressaltou como a pulverização da renda influencia de forma positiva no poder aquisitivo de mais pessoas, o que garante poder de compra: "Essas pessoas que estão envolvidas na festividade e que obtêm lucro no evento geram poder de consumo que se transforma em investimentos em outros setores, causando um efeito multiplicador".

Ainda sobre a importância da movimentação econômica do evento explicou. "Esse volume de recursos movimentado no carnaval tem um peso significativo. Porque ele é melhor distribuído devido à grande participação do número de ambulantes, pequenos comerciantes que não teriam esse nível de produção em outras datas comemorativas."

Para Gabriel dos Santos de Jesus, vendedor ambulante, a participação em eventos de carnaval já é uma tradição familiar enraizada. "Sempre trabalhei na Vila Industrial, moramos lá, e infelizmente este ano não vamos participar porque minha família precisou viajar. A preparação envolve muitas pessoas. Além do milho, que já servimos tradicionalmente, no carnaval levamos pernil, espetinho e várias outras opções. E como são várias funções diferentes não consigo fazer todo o trabalho sozinho."

Jesus destaca a importância dos lucros obtidos durante as festividades carnavalescas que complementam de forma expressiva a renda da família. "Somente nos dias de carnaval, tiramos em média 3 mil reais. Ficam, em média, oito vendedores no local em que atuo, todos oferecendo produtos semelhantes, e as vendas sempre são boas."

 

Fonte: https://correio.rac.com.br/campinasermc/comercio-estima-faturamento-de-r-15-mi-com-o-carnaval-1.1470727