03/06/09 14h38

Com US$ 2,9 bi, investimento externo na bolsa bate recorde em maio

O Estado de S.Paulo - 03/06/2009

Os investidores estrangeiros voltaram com força à Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa). Exemplo disso foi o saldo recorde de operações externas em maio, de R$ 6,083 bilhões (US$ 2,9 bilhões), resultado de compras de ações no valor de R$ 43,077 bilhões (US$ 20,5 bilhões) e vendas de R$ 36,994 bilhões (US$ 17,6 bilhões). Trata-se do melhor saldo da história da bolsa, que até então era de abril de 2008, de R$ 6,007 bilhões (US$ 2,9 bilhões), antes do agravamento da crise mundial. Com o resultado de maio, o investimento estrangeiro na bolsa acumula R$ 11,2 bilhões (US$ 5,3 bilhões) no ano.

Os números sustentam a valorização de 43,81% da BM&F Bovespa em 2009, bem superior à das bolsas americanas e europeias. Alguns economistas até arriscam dizer que a bolsa voltou a ser a "queridinha" dos estrangeiros, fato que tende a ajudar na recuperação da economia doméstica.

Vários fatores explicam a volta dos investidores ao mercado acionário. Um deles é a elevada liquidez do mercado internacional, em razão das taxas de juros cada vez mais baixas nos países desenvolvidos. Como antes da crise, isso faz com que os investidores corram atrás de aplicações com maior potencial de rentabilidade, destaca o economista José Marcio Camargo, da Opus Gestão de Recursos.

Além disso, os principais bancos centrais já deixaram claro que não vão deixar outras instituições financeiras quebrarem, como ocorreu com o Lehman Brothers. "Esse compromisso reduziu a aversão ao risco. A fuga de recursos para títulos americanos e para o dólar acabou."

Junta-se a esses argumentos o fato de o Brasil estar com uma situação fiscal melhor, comparada com a de outras nações, especialmente as desenvolvidas.