Com MP de Concessões, Rumo prepara aporte de R$ 8 bi na Malha Paulista
Folha de S.PauloA publicação da Medida Provisória das Concessões, na sexta-feira (24), aumentou a expectativa da Rumo de obter a renovação do contrato da Malha Paulista, em que pretende investir cerca de R$ 8 bilhões.
A MP estabeleceu que concessionários de logística ferroviária podem prorrogar contratos que continham essa possibilidade, como é o caso da Rumo.
A companhia pediu a renovação antecipada para aportar o montante nos cinco primeiros anos da prorrogação, ainda na vigência do contrato atual.
"Em muitas concessões, perto da renovação, demora-se muito a ter uma decisão, as empresas param de investir e os ativos, que são da União, começam a se deteriorar", diz Julio Fontana Neto, presidente da Rumo.
Os investimentos, como em compra de 2.300 vagões e 170 locomotivas, deverão gerar 20 mil empregos diretos, segundo um estudo enviado à ANTT (agência do setor).
"Com a renovação do contrato por mais 30 anos, a partir de 2028, a capacidade da companhia vai mais do que dobrar, de 30 milhões de toneladas, para 75 milhões de toneladas por ano [até 2021]."
Fontana destaca que constará em contrato "o nível de serviços que se deve ter".
O investimento será feito pela empresa, com funding de crédito de R$ 3,5 bilhões do BNDES e financiamentos de mercado. "A partir do final de 2018, teremos geração de caixa positivo."
A Rumo estima que a ANTT abrirá a consulta pública sobre o pedido de renovação da empresa em duas semanas.
"O mais provável é que no final de janeiro o contrato vá para o TCU, e em poucos dias seja assinado", afirma.
"A administração anterior judicializava as multas, o que mudamos. As pendências que existem não serão problema. Multas controversas vão se transformar em investimento, pelas novas regras."
R$ 4,8 BILHÕES
foi a receita líquida da empresa em 2015
R$ 1,91 BILHÃO
foi o EBITDA
R$ 8,31 BILHÕES
era a dívida líquida total até o 3º trimestre deste ano
12 MIL
quilômetros de trilhos formam a rede ferroviária da Rumo