08/06/15 16h47

Com investimento de R$ 1,2 milhão, empresa de jogos de fuga abre suas portas

Escape 60 é a primeira empresa a apostar em um outro tipo de entretenimento: salas de jogos reais de escape do quarto

Ig

Com algum atraso, mas muito dinheiro, a moda das salas de jogos de escape do quarto na vida real chega finalmente ao Brasil. O primeiro empreendimento do tipo abre suas portas nesta segunda-feira (8) em São Paulo sob o nome de Escape 60. Espaços de jogos reais de escape do quarto, uma modalidade popular de game virtual, já existem desde os anos 2000 em outras partes do mundo. Os primeiros registros nos Estados Unidos são de 2006 e no Japão de 2008, porém, só agora dão as caras por aqui.

O valor inicial do investimento do quarteto responsável pelo Escape 60 talvez explique a demora em chegar ao Brasil: R$ 1,2 milhão gastos em apenas seis meses. E isso sem contar o aluguel do espaço, localizado na rua Baluarte, número 18, na Vila Olímpia. Por trás da novidade está um grupo de amigos e empresários com pouca relação, pelos menos profissional, com o universo dos games. Foi depois de conhecer salas do tipo no exterior que a consultora em gestão Jeannette Galbinski, o engenheiro Márcio Abraham, o empresário do setor imobiliário José Roberto Szymonowicz e a arquiteta Karina Papautsky decidiram abrir o negócio em São Paulo.

Segundo Szymonowicz, o Escape 60 é inspirado nas salas que o grupo visitou fora, mas seu desenvolvimento é 100% nacional. Desde a escolha pela região, um bairro mais nobre de São Paulo, até a preocupação com a qualidade da cenografia, o empreendimento difere bastante, de acordo com o empresário, do que é visto fora. "Quando decidimos começar com o negócio, não só expandimos a ideia como subimos a régua. Em outros lugares, as salas são em locais afastados do centro e com pouco apreço pelo cenário onde as histórias se passam, ao contrário do que buscamos fazer aqui", contou ele ao iG.

Grande parte dos objetos dos quartos, por exemplo, foram garimpados em brechós para que estivessem de acordo com a época em que as histórias se passam. Além disso, as histórias que cada uma das salas contam também são de autoria da equipe de criação do Escape 60, sob o comando do engenheiro e especialista em inovação Márcio Abraham.

A tal expansão da ideia também chegou ao modelo de negócio do Escape 60. De acordo com Szymonowicz, o grupo já está procurando novos locais para colocar mais salas e pretende expandir a partir de dois modelos: unidades próprias e franquias. A apresentação do modelo de franquias do Escape 60 já está previsto para acontencer na ABF Franchising Expo, feira que acontece no final do mês em São Paulo.

Segundo Szymonowicz, o retorno do dinheiro não é uma preocupação para o grupo ainda. Pelo contrário, eles estudam investir mais para ser não só a primeira, mas a maior empresa de entretenimento neste segmento no Brasil. Conforme contou o executivo, os R$ 1,2 milhão foram gastos na cenografia, na criação das histórias, no desenvolvimento de pessoal, na parte de tecnologia de informação da empresa, e nos elementos de interatividade das salas, como as televisões e também nos cadeados, que são importados. "O retorno não é preocupação imediata. A ideia é fortalecer a marca, ter um bom atendimento, e que as pessoas reconhecem o valor dessa experiência".
José Roberto Szymonowicz, Karina Papautsky, Jeannette Galbinski e Márcio Abraham são sócios na Escape 60, uma nova opção de entretenimento em São Paulo


Atualmente, o espaço na Vila Olímpia possui quatro salas: A Joia da Coroa, Corredor da Morte, Operação Resgate e Salvem Nossas Almas (S.O.S.). Até o final do mês, mais duas estarão prontas: O Falsário e O Laboratório do Dr. Mortare. Para participar do jogo, é necessário estar em um grupo de, no mínimo, quatro pessoas e, no máximo, 16. Em junho, serão quatro sessões de duas em duas horas por dia durante a semana e seis nos finais de semana. Em breve, esse intervalo deve diminuir para 1h30. O tempo na sala é, como o nome sugere, de 60 minutos.

Foco no corporativo

Outro diferencial do Escape 60 é o foco no corporativo. Segundo a consultora de gestão Jeannette Galbinski, a ideia é que durante a semana e durante o dia o espaço seja ocupado mais por empresas, e aos finais de semana e a noite por pessoas físicas, amigos e familiares interessados nesse tipo de entretenimento. De acordo com Jeannette, a empresa tem recebido muitos pedidos de pessoas que desejam alugar o espaço para fazer festas de aniversário.

Os ingressos são vendidos pelo site, para que os clientes possam escolher e agendar a sala. De segunda a sexta-feira, das 10h às 16h50, o valor por pessoa é R$ 69. De segunda a sexta-feira, das 17h às 22h, e sábados, domingos e feriados, das 10h às 22h, o valor é R$ 79 por pessoa. Para empresas, de acordo com Jeannette, o valor varia de acordo com as necessidades de cada cliente. Segundo a consultora, é possível usar as salas de jogos de fuga para diferentes tipos de dinâmicas: conhecer o perfil dos funcionários, promover o trabalho em equipe, ou, ainda incentivar as habilidades de comunicação e liderança, por exemplo. Dependendo da proposta, a Escape 60 oferecerá até um consultor para ajudar a interpretar as ações dos participantes.

Outro destaque do Escape 60 é que as salas de jogos não são apenas em português, mas possuem também opções em espanhol e em inglês. Para José Roberto Szymonowicz, essa variedade abre portas não apenas para pessoas de outros países que venham ao Brasil, mas também para escolas de idiomas que desejam variar suas atividades extra-curriculares, por exemplo.

Por vezes, acredita o empresário, o Escape 60 receberá o mesmo cliente várias vezes. Não só para conhecer as diferentes salas, que devem sofrer mudanças a cada seis meses, um ano, dependendo da demanda, mas por pessoas que conhecem o espaço pela empresa e trazem os filhos no final de semana, ou vice-versa. Para o Escape 60, é o mesmo público, mas em situações diferentes.