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Com dinheiro em caixa, setor de TI planeja mais aquisições

Valor Econômico - 08/01/2009

Com os caixas irrigados pelo aumento das receitas ou por recursos vindos da abertura de capital, as empresas de tecnologia da informação (TI) apostaram no movimento de fusões e aquisições para crescer e atender a demanda do mercado em 2008. Segundo levantamento da KPMG, foram 72 operações, o maior número desde o início do Plano Real, em 1994, e o suficiente para manter o setor entre os líderes do movimento de consolidação no país, com 449 operações no período. A repetição dessa marca histórica não deve acontecer com o cenário nebuloso da economia em 2009, mas o caixa das empresas continuará a ter recursos para novas operações, dizem executivos ouvidos pelo Valor. Marco Stefanini, presidente e fundador da empresa que leva seu sobrenome, diz que a expectativa é fechar a compra de até três empresas este ano para atingir um crescimento de 60% nas receitas. Para isso, a empresa tem alocados US$ 150 milhões em recursos próprios, que serão usados também para financiar outras duas ou três operações que estão planejadas para o ano de 2010. O foco da estratégia que começou a ser desenhada há um ano e meio está em companhias fora do Brasil, em um dos 16 países onde a empresa atua. Segundo Marcel Malczewski, presidente da Bematech, no momento, a empresa tem oito acordos de confidencialidade assinados e uma negociação sendo realizada em caráter mais intenso. Depois de fechar oito operações, o executivo afirma que a Bematech avançou bastante, razão pela qual optou pela abertura de capital. Para Malczewski, a companhia está sendo mais seletiva, independentemente da crise. Pulverizado e com a maioria de suas oito mil empresas com até 25 funcionários, o mercado brasileiro de software e serviços - onde têm acontecido a maior parte das fusões e aquisições - não exige grandes somas de recursos por parte dos compradores. Mesmo em operações de maior porte, a fonte primária das companhias são órgãos de fomento, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).