27/09/21 11h48

Com destaque nacional, ecossistema de inovação da RMVale impulsiona empresas

Ambientes inovadores dependem de várias características e o Vale do Paraíba reúne boa parte delas

O Vale

Viver é inovar. 

Ecossistemas de inovação são espaços que oferecem infraestrutura física e também conexões estratégicas, atraindo empreendedores e recursos financeiros, potencializando o desenvolvimento da sociedade. 

São considerados ecossistemas de inovação os parques científicos e tecnológicos, cidades inteligentes, distritos de inovação e polos tecnológicos. 

A definição é do curioso ‘Dicionário de Startupês’, criado pela engenheira química Ana Letícia Rico, craque em inovação e que já atuou na equipe do Nexus, hub de Inovação do Parque Tecnológico São José dos Campos. 

O conceito vira prática no Vale do Paraíba, região considerada um dos melhores ecossistemas de inovação do país. 

“Em 2019, participei do evento do Startup São José, hub de inovação local, e ali pude sentir o pulsar de uma formação de polo importante na região do Vale do Paraíba”, disse Hilton Menezes, CEO da consultoria de inovação Kyvo. “São José tem um ecossistema muito forte, muito bom e muito propício”. 

AMBIENTE 

Conversando com startups, empreendedores e especialistas, percebe-se que a região do Vale agrega características que a fazem um ecossistema de inovação muito perto do ideal. 

Há um parque industrial consolidado, diversificado e com atuação nos mercados nacional e internacional. A rede de faculdades públicas e privadas garante a formação de mão de obra especializada e institutos de pesquisa avançam no aspecto científico e técnico. Há prefeituras interessadas em promover o ambiente inovador e as cidades têm melhor qualidade de vida do que nas capitais. É o ambiente. 

Tudo isso gravita em torno do coração do ecossistema regional, que é o Parque Tecnológico São José dos Campos, primeira estrutura implantada no estado de São Paulo e uma das mais impactantes do país. 

“Além do Parque Tecnológico, está pintando núcleo de inovação em Taubaté, em Guaratinguetá e estamos conversando com Jacareí para fazer parceria com o Pqtec e incentivar as iniciativas inovadoras na cidade”, afirmou Alberto Alves Marques Filho, secretário de Inovação e Desenvolvimento Econômico. “Nossa região toda é um belo ecossistema de qualidade e reconhecido nacionalmente”. 

“O Parque Tecnológico da cidade, espaço que nasceu em 2006, se consolidou nessa conversa com startups. Esse projeto amadurecido é hoje feito através do Nexus e tem movimentado bem a economia local”, disse Menezes, da Kyvo.

CIDADES 

Em Taubaté, o movimento pela inovação ganhou força com o HITT (Hub de Inovação e Tecnologia de Taubaté), espaço instalado no Via Vale Shopping com 32 startups e projetos residentes e que gera 232 postos de trabalho. 

A estimativa da prefeitura é que haja na cidade em torno de 70 empresas que poderiam ser consideradas startups. 

Prestes a fazer um ano de operação, o HITT é a grande aposta da prefeitura para alavancar a economia criativa na cidade. 

“Este projeto visa concentrar e organizar todas as ações voltadas à criação, desenvolvimento e aceleração de Startups nos seus diversos estágios de maturidade”, disse Ricardo Carvalho de Vilhena, diretor de Turismo e que cuida dessa área na Prefeitura de Taubaté. 

CAMPO FÉRTIL 

O ecossistema de inovação do Vale do Paraíba floresceu a partir da primeira década deste século em razão da consolidação do Parque Tecnológico São José dos Campos e de ambientes de fomento criativo da cidade, como o Parque Tecnológico da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), as incubadoras de startups do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e as apoiadas por empresas e as companhias do setor aeroespacial, naturalmente conectadas com a alta tecnologia. 

Nos últimos anos, a prática inovadora espalhou-se pela região e diversas cidades do Vale já têm startups em desenvolvimento e estruturas para apoiá-las, caso de Taubaté, Jacareí e Guaratinguetá. 

De acordo com dados oficiais da Abstartups (Associação Brasileira de Startups), a região conta com mais de 230 startups em ao menos 12 cidades, sendo que São José dos Campos (133 startups) lidera o ranking com mais da metade das empresas iniciantes. 

Taubaté vem forte nesse modelo de gestão inovadora com o HITT (Hub de Inovação Tecnológica de Taubaté), modelo de incubadora e aceleradora que recebeu as primeiras startups no final de outubro de 2020, depois que a pandemia provocou o adiamento da operação. 

Criado a partir de projeto de professores da Unitau (Universidade de Taubaté), o HITT adotou um modelo de gestão compartilhada por meio da Fapeti (Fundação de Apoio à Pesquisa, Tecnologia e Inovação), que é um órgão da Unitau, e com apoio financeiro da Prefeitura de Taubaté. 

“É um hub porque engloba toda a parte de incubação e aceleração de startups, e por fazer conexões com o mercado”, disse Altair Emboava, gestor do HITT. 

O espaço funciona dentro do Via Vale Shopping, em Taubaté, e busca aproximar e integrar os empreendedores à população. 

“Ficar dentro do shopping é inovador e dá maior visibilidade. Uma das nossas características é que a inovação tem que estar inserida na comunidade, para interagir com as pessoas. Aproximar as startups da sociedade. É um lugar que a gente troca experiências”, afirmou Emboava. 

Em fase de reestruturação, o HITT já é um dos componentes essenciais do ecossistema de inovação do Vale, cuja expansão é inevitável. 

“São José começou isso primeiro e as nossas cidades têm potencial de fazer. O empreendedor nasce em qualquer lugar. Nossa fase é de reestruturação interna e somos parceiros do Parque Tecnológico São José. O ecossistema já existe na região e agora vamos adicionando”, disse o gestor do HITT. 

Segundo Emboava, o objetivo do hub é ter startups de base tecnológica, mas não só. “Todo projeto e ideia boa a gente tenta agregar e dar suporte. O importante é o que ela apresenta de inovação. Temos uma capacidade para 18 startups e 20 em incubação. Estamos em fase de remodelagem e pode ser que amplie”. 

Em média, as startups ficam seis meses na pré-incubação, um ano na incubação e seis meses a um ano na aceleração. 

fonte: https://www.ovale.com.br/nossaregiao/com-destaque-nacional-ecossistema-de-inovac-o-da-rmvale-impulsiona-empresas-1.189433