19/08/09 11h00

Com desenho especial, Contene mira famílias da classe C

Valor Econômico

No universo de 10 mil empresas transformadoras de plásticos no país, muitas lutam para sobreviver em meio à alta concorrência, avalanche de mercadorias importadas, falta de capital de giro e crescente informalidade. A Contene, criada há dois anos, parece ter achado uma fórmula interessante: fabricar utilidades domésticas com desenho especial para o consumidor da classe C. Empresa de porte médio com sede em Guarulhos (SP), a Contene nasceu a partir de um investimento de R$ 14 milhões (US$ 7,4 milhões). E, recentemente, fechou acordo para venda de um balde plástico modelado exclusivamente para a rede de supermercados Walmart no Brasil.

"Além de aspirações, como crescimento do status social, a classe C é orientada na sua decisão de compra pela racionalidade. O que procuramos fazer é oferecer essas facilidades", explica Daniel de Azevedo Barros, sócio e diretor da Contene. "O esforço, contudo, é que o balde não fuja do preços dos demais", disse. Embora não tenha sido definido, o preço deve ficar, segundo Barros, "ligeiramente" acima dos concorrentes. Azevedo Barros afirma que antes da decisão de iniciar a produção todos os projetos passam por um rigoroso teste de avaliação de custo.

A empresa já tem registrados 20 pedidos de patentes de produtos desenvolvidos de acordo com pesquisas dedicadas aos hábitos das famílias de classe C. Atende 3 mil clientes - alguns deles são pequenos comerciantes que fazem encomendas à Contene e vendem de cidade em cidade no interior do Nordeste por caminhão. Na fábrica da Contene, um galpão industrial onde trabalham cerca de 100 pessoas, funcionam 14 máquinas injetoras de plásticos, todas movidas por robôs. A empresa acabou de aplicar mais R$ 2 milhões (US$ 1,1 milhão) na compra de novas máquinas, mais rápidas e eficientes, que acabaram de chegar.