19/06/24 14h10

Com apoio da InvestSP, Hytron (Grupo NEA) terá novo centro de inovação e desenvolvimento de tecnologias para produção e utilização de hidrogênio de baixo carbono

Projeto em Campinas visa o uso de fontes limpas e renováveis

InvestSP

A Hytron, empresa de inovação e tecnologia que atua nos setores de energia e gases industriais, terá uma nova unidade em Campinas, no interior paulista. O projeto, que conta com apoio da InvestSP - agência de promoção de investimentos vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE) -, já está em andamento e tem como um dos objetivos o desenvolvimento de tecnologia brasileira para a produção de hidrogênio por diversas rotas que utilizam desde a energia elétrica renovável até biocombustíveis, como etanol e biometano.

Criada em 2003, dentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a empresa brasileira foi integrada ao grupo alemão NEUMAN & ESSER. O grupo fundado em 1830 já acumula mais de 190 anos de experiência com a compressão de hidrogênio e aplicações industriais. Com a aquisição da Hytron em 2020, uniu todo o conhecimento e experiência aplicado em projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação para entregar ao mercado soluções robustas que impulsionam a transição energética, com a produção de hidrogênio de baixo carbono. Dentre elas, HPRS (Estações de Produção e Abastecimento com Hidrogênio); Reformadores de Metano e Etanol; e Eletrolisadores PEM e Alcalinos.

“Somos uma das primeiras empresas brasileiras a trabalhar com sistemas de produção e uso do hidrogênio a partir de insumos renováveis como eletricidade e biocombustíveis. A nova unidade em Campinas permitirá que nossa equipe de doutores, mestres e engenheiros com ampla experiência, avance, ainda mais, para entregar aos nossos clientes o mais alto padrão de qualidade”, afirma o dr. Daniel Gabriel Lopes, co-Fundador e diretor de Novos Negócios e Inovação da Hytron.

Já o diretor de Projetos e Inovação da InvestSP, Thiago Camargo, diz que “a InvestSP segue as trilhas de desenvolvimento definidas pela SDE, o que inclui apoiar e priorizar projetos voltados à economia circular, transição energética e descarbonização. Nosso trabalho é garantir condições favoráveis para que mais projetos como esse sejam implantados em São Paulo”.

A InvestSP também apoia a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), responsável pelo Plano Estadual de Energia 2050 (PEE), que tem como meta uma matriz de carbono líquido zero. Para dar suporte às diretrizes do plano, a agência mapeou 23 projetos privados em andamento em São Paulo, de diversas empresas, voltados à transição energética. Eles devem receber quase R$ 25,7 bilhões em investimentos e gerar 7,7 mil empregos.

Hidrogênio a partir de etanol

Pensando em utilizar soluções de baixo carbono para a circulação de veículos pesados e também em uma forma eficiente para o transporte do hidrogênio, a Hytron desenvolveu um projeto inovador para a produção do H2 a partir do etanol em parceria com as seguintes instituições: Raízen, que fornecerá o etanol; Instituto Senai Biossintéticos, que dará suporte técnico à inovação; e Shell Brasil, que financia o projeto.

A iniciativa também conta com apoio da Universidade de São Paulo (USP). Ônibus movidos a hidrogênio produzido a partir do etanol farão o transporte de estudantes e visitantes dentro da Cidade Universitária – campus da USP na cidade de São Paulo. E, nos próximos meses, a universidade receberá a primeira estação de abastecimento de hidrogênio renovável a partir do etanol do mundo.

Atualmente, o hidrogênio é usado, principalmente, na indústria química e produzido a partir de gás natural. Ele também pode ser obtido a partir da energia solar ou eólica, porém, o transporte é mais complexo, por exigir a compressão ou a liquefação para armazenamento em cilindros ou carretas, o que não é necessário no caso da distribuição do H2 utilizando etanol como precursor deste combustível.

“Estamos empolgados em ver que um projeto que se iniciou como um sonho de estudantes, dentro da universidade, agora se torna uma solução de alto impacto para a transição energética do país e do mundo”, diz o CEO da Hytron, Marcelo Veneroso.