Com 95% das obras concluídas, Tiplam inicia testes de embarque de granéis
Unidade da VLI no Porto se prepara para seus primeiros carregamentos de granéis sólidos vegetais
A TribunaAinda neste mês, o Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), unidade da VLI no Porto de Santos, iniciará mais uma etapa de seu projeto de expansão, que já está 95% concluído. Trata-se do início da fase de testes de embarques de granéis sólidos de origem vegetal e de açúcar na instalação. Para isso, está prevista a entrega de dois armazéns e de um berço de atracação, além de equipamentos utilizados no carregamento de embarcações.
Localizado na Área Continental de Santos, o terminal fica às margens do Canal de Piaçaguera (via de navegação que sai em frente à Alemoa), ao lado do cais da Usiminas. O projeto de expansão do Tiplam, que tem investimentos de R$ 2,7 bilhões, será concluí-do em junho do próximo ano, de acordo com o gerente da instalação, Alessandro Gama.
O plano de ampliação do Tiplam prevê a implantação de três novos berços (além dos dois dedicados ao embarque de açúcar e grãos, haverá um terceiro para a descarga de fertilizantes), totalizando quatro pontos de atracação de navios. Hoje, há um berço para a descarga de enxofre, rocha fosfática, fertilizantes e amônia.
Em junho, a VLI já havia iniciado os testes operacionais do novo pátio de enxofre, que possui capacidade para armazenar 66 mil toneladas do produto. Atualmente, o terminal opera um armazém de enxofre com espaço estático para 60 mil toneladas.
Com a finalização total das obras de expansão em 2017, o volume anual do terminal portuário saltará de 2,6 milhões de toneladas para 14,5 milhões, acrescentando 12 milhões de toneladas de capacidade ao sistema portuário de Santos e oferecendo uma opção para o escoamento de cargas no País.
“Agora, no mês de novembro, a gente está concluindo mais uma etapa que é a entrega das duas moegas ferroviárias, a entrega do armazém 1 para grãos, do armazém 3 para açúcar e o berço 2 onde eu posso embarcar os dois."
O armazém 1 tem capacidade estática para abrigar 83 mil toneladas de grãos. Já o armazém 3 pode receber até 83 mil toneladas de grãos ou 114 mil toneladas de açúcar. Com a estrutura entregue neste mês, o terminal amplia em 5 milhões de toneladas a capacidade de embarque por ano.
Segundo Gama, durante essa fase de testes, haverá o embarque de produtos “para valer”. Esta etapa deve durar 30 dias, período em que serão feitos ajustes nos equipamentos do terminal.
Além dos investimentos em infraestrutura, também foi necessária a obtenção de licenças para a realização dos testes operacionais para esse circuito. Entre os já emitidos estão Habite-se, expedido pela Prefeitura de Santos, que libera a utilização das estruturas construídas no terminal, o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), para o sistema de combate a incêndio e a licença de operação para testes com carga da Cetesb. O Tiplam também conta com autorização para o recebimento de açúcar no armazém 3 emitida pela Receita Federal.
Próximas etapas
Segundo o gerente do terminal, ainda há mais duas etapas a serem concluídas. Uma é a entrega, em fevereiro, de outros dois armazéns, além do berço 3. Já a outra será em junho do ano que vem.
“Além desses quatro armazéns e do pátio de enxofre que a gente inaugurou no meio do ano, a gente vai ter mais um armazém de fertilizantes com 60 mil toneladas de capacidade, interligado com o berço 4, que é a ultima entrega do nosso projeto, em junho do ano que vem”, destaca Gama.
O executivo explica que a fase final de ampliação do terminal envolve, principalmente, a finalização de montagem eletromecânica e testes de automação. Ajustes e reposições de equipamentos também estão entre as intervenções programadas.
Terminal aposta em modal ferroviário
Para movimentar todo o volume de cargas esperado no Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), unidade da VLI no Porto de Santos, seriam necessários 1.500 caminhões. No entanto, o terminal pretende utilizar o transporte ferroviário no acesso de mercadorias à instalação. Para isso, a área interna da pera ferroviária possui 600 mil metros quadrados.
“Em Santos, os terminais não foram integrados para operar em ferrovias, enquanto no Tiplam a gente conseguiu fazer uma pera ferroviária para poder descarregar os vagões sem desmembrar”, explica o gerente do terminal, Alessandro Gama.
Segundo o executivo, durante a construção do Tiplam, foram enfrentados vários desafios de engenharia e de inovação, com a utilização de equipamentos que impedem a emissão de partículas durante as operações. Um dos espaços que mais requereram atenção de fundação é a moega ferroviária.
Trata-se de uma estrutura para descarregamento das cargas trazidas pelos trens. Parte dessa estrutura fica sob a linha férrea, abaixo do nível do mar. Ao chegar um trem, os vagões são abertos por baixo e a carga é retirada, sendo direcionada para as correias transportadas até os armazéns ou diretamente para os navios.
O edifício da moega tem 14 metros de profundidade, sendo 8 metros abaixo do nível do mar. Para a construção desta estrutura foi necessário utilizar uma metodologia conhecida como jet grouting, onde uma “nata” de cimento e de areia é injetada no solo a cerca de 20 metros.
Dragagem
A VLI está realizando a dragagem do Canal de Piaçaguera, que visa retomar sua produtividade original. Uma das tecnologias utilizadas é a de construção de células especiais dentro do mar, ou seja, cavas submersas, para posteriormente receber o material dragado do canal.
Além disso, a empresa também está investindo no aprofundamento dos berços de atracação do terminal. Nos dois primeiros pontos que serão entregues, o 2 e o 3, a profundidade é de 12 metros. No entanto, a expectativa é de que eles alcancem 13,5 metros.