14/06/10 11h06

Colombo encaminha sucessão e vai às compras

O Estado de S. Paulo

Aos 79 anos, o empresário Adelino Colombo, dono da Lojas Colombo, rede gaúcha de eletroeletrônicos e móveis, iniciou a contagem regressiva para deixar o comando executivo da empresa, que fundou há meio século. Mas não vai abandonar o batente. Daqui a seis meses, passará a presidir o conselho de administração da rede, baseada em Farroupilha, município serrano localizado a 100 quilômetros de Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul. A decisão faz parte do projeto de profissionalização da empresa, que começou a ser costurado há dois anos. Para o seu lugar, Colombo está procurando um executivo do mercado, que comandará um negócio de R$ 1,3 bilhão (US$ 722,2 milhões) - valor do faturamento da empresa no ano passado.

Líder absoluta na região Sul do País e sexta no ranking nacional dos do ramo de eletroeletrônicos e móveis, a Lojas Colombo está atenta à movimentação do setor, que está criando grupos poderosos no País, como o Pão de Açúcar e a Máquina de Vendas, resultado da união entre a baiana Lojas Insinuante e a mineira Ricardo Eletro. "A concentração é uma tendência que vai crescer cada vez mais", diz Colombo. Ele sabe que sua empresa não tem como fugir dessa realidade. Por isso, também está de olho em oportunidades. "Tenho intenção de comprar, ainda não sei quem", afirma. Mas avisa aos interessados que não está à venda nem disposto a fazer uma associação. Muito menos quer tomar conhecimento do capital de fundos de private equity. "Não quero sócio, prefiro crescer sozinho", diz.

Colombo está de olho no aquecimento do mercado e já definiu aonde quer chegar. Estão nos planos do empresário a ampliação da rede no interior paulista, o fortalecimento no Sul do País e, quem sabe, o Centro-Oeste. "Vou chegar, no máximo, à região central do Brasil", afirma. O Nordeste, segundo ele, vive um momento interessante, mas admite que não tem estrutura logística para fincar a marca na região. Com três centros de distribuição, em Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e Sumaré (SP), Colombo não quer dar passos maiores que as pernas. Ele sabe que esse setor é arisco. A Casas Bahia, por exemplo, tentou se estabelecer na região Sul, mas fracassou e teve de bater em retirada.

Antes de passar o bastão para o novo presidente da empresa, Colombo aproveita o boom econômico do País para deixar a casa em ordem. "Estou muito otimista, devemos fechar o ano muito bem", afirma. Não é para menos. No primeiro quadrimestre do ano, a Lojas Colombo cresceu 11,8% sobre igual período de 2009. Atualmente, a rede conta com 342 lojas na região Sul, em São Paulo e Minas Gerais. Até o final do ano, mais dez lojas devem ser abertas. A aposta mais recente da empresa é a criação do formato de bandeira premium, lojas sofisticadas que vendem produtos top de linha e garantem um retorno melhor que o das lojas tradicionais. No total, são 11 unidades, duas delas na capital de São Paulo e uma em Campinas.