13/01/16 12h12

Codesp entregará 1ª fase do Cais de Outeirinhos este mês

Dos 1.283 metros de costado projetados, 779 metros serão concluídos até o próximo dia 30, segundo a Docas

A Tribuna - Santos

Três anos e dois meses após o início das obras, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) pretende concluir a primeira fase do alinhamento do Cais de Outeirinhos. A expectativa é entregar, até o final do mês, mais 267 metros do novo cais, que fazem parte da segunda etapa dos trabalhos. Com eles, estarão prontos 779 metros de costado. Os primeiros 512 metros foram entregues em junho de 2014.

O empreendimento, que é o maior investimento portuário do Programa de Aceleração do Crescimento voltado à Copa 2014 (PAC-Copa), prevê o alinhamento do cais onde fica o Terminal de Passageiros Giusfredo Santini. De 630 metros, ele passará a ter 1.283 metros.

Com isso, será possível a atracação simultânea de seis navios de cruzeiro no local. Hoje, podem atracar apenas três, que encontram pontos com 4,5 a 7,5 metros de profundidade. Os novos berços terão 15 metros de fundura. No total, foram aplicados R$ 267,2 milhões na obra.

Os trabalhos são realizados pelo consórcio formado pelas empresas Serveng, Constremac e Constran, selecionadas a partir de uma licitação realizada pela Secretaria de Portos (SEP), responsável pelo empreendimento.

O alinhamento prevê a expansão do cais em direção ao centro do canal de navegação, com a implantação de 841 estacas profundas. Sobre elas, é colocada uma superestrutura mista de concreto pré-moldado e lajes concretadas.

Das 841 estacas, pelo menos 60%, o equivalente a 504, serão cravadas em leito rochoso. Elas têm entre 30 e 40 metros de comprimento – a altura é necessária para garantir a segurança do aprofundamento para 15 metros dos pontos de atracação.

Consórcio responsável pelas obras trabalha na pavimentação da retroárea De acordo com o diretor de Engenharia da Codesp, Antonio de Pádua de Deus Andrade, nesta parte final da primeira fase das obras, a retaguarda do cais está sendo pavimentada com paralelepípedos. Além disso, está prevista a conclusão dos serviços de drenagem de águas pluviais e das redes de utilidades, como a iluminação pública.

A última previsão da Docas era entregar este trecho no semestre passado. Antes, a expectativa era de que os trabalhos fossem concluídos em março de 2015.

A Codesp destacou que o atraso na entrega desta fase dos trabalhos foi decorrente de interferências geológicas na região. Durante as obras, o tipo de solo encontrado não era o que havia sido previsto e isso dificultou o andamento dos serviços.

A interface com estruturas de terminais instalados nas proximidades também retardou o andamento das atividades. O T-Grão, especializado na movimentação de granéis, precisou transferir suas operações para um trecho do Cais da Marinha, ao lado, para liberar espaço para os trabalhos.

A Medida Provisória de nº 709/2015, publicada em 30 de dezembro do ano passado, destinou R$ 17 milhões do Governo Federal para as obras de alinhamento do Cais de Outeirinhos. O repasse de verba foi feito à Secretaria de Portos, que deverá enviá-lo à Autoridade Portuária. De acordo com a Docas, durante a execução desta obra, não houve falta de recursos.

Próxima fase

Segundo a Codesp, os trabalhos de construção do novo cais foram divididos em sete trechos. As partes 1 e 2 compreendem o Cais da Marinha. A terceira fica próxima às instalações da Citrovita e a quarta, na região do T-Grão. As quatro frentes de trabalho somam os 779 metros de cais já alinhado na região de Outeirinhos.

Já os trechos 5, 6 e 7 ficam em frente ao Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, administrado pelo Concais. Agora, a Docas aguarda a publicação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para planejar a viabilização e garantir a próxima fase do serviço.

Nesta região próxima ao Terminal de Passageiros, os trabalhos vão precisar ser coordenados para que a temporada de cruzeiros não seja prejudicada. No entanto, ainda não há dotação orçamentária prevista para que a Docas a contrate.

Trata-se de um trecho de 504 metros. Neste local, a retroárea, que é de cerca de 20 metros, passará a ser de 33 metros. A instalação de novas redes de utilidades – de águas potável, combate a incêndio, drenagem de águas pluviais, energia elétrica e iluminação pública – está na lista de intervenções, assim como a colocação de equipamentos complementares (defensas e cabeços).