Cocal dá largada em sua primeira usina de energia solar fotovoltaica
Companhia está em fase de aprovações regulatórias para a construção de outras duas usinas solares, com investimentos da ordem de R$ 25 milhões cada
UdopA companhia do setor sucroenergético Cocal dará início no mês que vem às operações de sua nova empreitada no ramo de energia: sua primeira usina solar fotovoltaica. A iniciativa será a terceira fonte de geração energética da empresa, que já atua na cogeração com bagaço de cana-de-açúcar e no biogás.
Em entrevista à Globo Rural, André Gustavo Silva, diretor comercial e de novos produtos da Cocal, disse que foram investidos R$ 10 milhões no projeto, cujas obras começaram em julho de 2023, para uma unidade que ficará localizada no município de Pirapozinho (SP).
A capacidade de produção média será de 3.500 megawatt- hora (MWh) por ano --- suficiente para atender cerca de 1.000 consumidores de pequeno e médio porte, como padarias, mercados, açougues, além de residências.
"Estamos começando com 15% do volume de produção total que pretendemos. Este é o primeiro piloto de um projeto muito maior", afirmou. Isso porque a companhia está em fase de aprovações regulatórias para a construção de outras duas usinas solares, com investimentos da ordem de R$ 25 milhões cada. A expectativa é que essas próximas etapas saiam do papel no ano que vem.
Atualmente, a Cocal gera em torno de 505 mil MWh de energia elétrica por ano, sendo 470 mil MWh/ ano de capacidade de exportação por meio da queima do bagaço da cana e outros 35 mil MWh/ ano de produção com o biogás. "Com base nesses dois conhecimentos adquiridos no nosso sistema, a gente enxergou a possibilidade do projeto de produção e energia através do sol", disse Silva.
Algumas das experiências adquiridas nesses outros sistemas e que serão replicadas agora são a adoção do modelo de geração distribuída (GD) e de um consórcio com a Raízen Energia, duas estratégias que já são adotadas nos negócios de biogás da Cocal, desde o ano passado.
A Cocal fica responsável pela produção, e a Raízen entra na gestão do consórcio e na comercialização da energia.
"Já temos contratos fechados com alguns consumidores, temos clientes no pipeline", afirmou o executivo, ressaltando que a energia solar que será gerada pela usina será para comercialização, visto que as demais operações da companhia já são abastecidas com energia limpa. "Hoje, de 100% do que a gente produz, 30% ficam para a o consumo próprio e 70% ficam disponíveis para venda", acrescentou.
A localização dos projetos fotovoltaicos também foi pensada estrategicamente. A primeira unidade estará na cidade de Pirapozinho, mas as próximas duas ficarão em Paraguaçu Paulista (SP), região onde a empresa já opera outros produtos. "A ideia sempre é conectar as unidades onde a gente já tem".
Em meio a uma demanda crescente por fontes de energia mais limpa, a Cocal anunciou em julho que investiria R$ 216 milhões em uma nova planta de biogás em Paraguaçu Paulista (SP), 100% focada na produção de biometano.
"O objetivo é crescer cada vez mais nesse ecossistema, contribuindo para a descarbonização da matriz energética brasileira", afirmou o executivo.