Classes A e B são maioria dos clientes da 25 de Março
Folha de S. Paulo - 02/11/2006
Pesquisa revela que 58% dos freqüentadores da rua 25 de março, em São Paulo - um dos principais pontos de consumo popular no país -, pertencem às classes A e B, com renda familiar superior a R$ 1.669. Quase metade cursou o colegial -15% possuem nível superior- e seis entre cada dez são donos de cartão de crédito e têm até 34 anos de idade. Esses dados fazem parte de pesquisa solicitada pela Giacometti Arquitetura de Negócios e realizada em agosto pela consultoria TNS InterScience. A idéia era desmistificar e compreender os hábitos do público local. Foram feitas 600 entrevistas com freqüentadores num período de uma semana. O grupo de consumidores na base da pirâmide social, a classe D -que representa só 9% dos freqüentadores- tem perfil de compra semelhante. Gasta mais em acessórios para uso pessoal, eletrônicos e jogos. Segundo o estudo, o público de alto poder aquisitivo compra no local - a classe A representa 12% dos freqüentadores, e a B, 46%. O levantamento mostra que há um "desencantamento" da classe média com os shopping centers. Preços mais elevados para os mesmos produtos vendidos nas ruas seria uma das explicações, avaliam especialistas. Segundo a União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências, os preços no local são até 60% menores que os de shopping. A 25 de Março fatura cerca de US$ 7,4 bilhões ao ano em vendas para o consumidor final, sem contar a receita com o atacado, segundo o estudo da TNS InterScience. Os 601 shoppings brasileiros faturam, juntos, mais de US$ 22,6 bilhões em 2005. É possível afirmar que a 25 de Março fatura mais que o maior shopping do país, o Complexo Leste Aricanduva. O levantamento da consultoria tentou ainda pontuar índice de fidelidade do consumidor aos locais de compra. A 25 de Março tem a maior taxa, 91%. Nos shoppings, esse número atinge 82%.