30/03/08 11h12

Classe C já tem mais de um quarto do poder de consumo

O Estado de S. Paulo - 30/03/2008

O potencial de consumo da classe C, que já é a maioria da população brasileira, somou R$ 365 bilhões (US$ 207,4 bilhões) em 2007. É um pouco mais de um quarto da capacidade total de compra de todas as famílias que moram nas cidades, que atingiu no ano passado R$ 1,4 trilhão (US$ 795,5 bilhões). "Nenhuma classe social isoladamente tem maior potencial de consumo do que a classe C", afirma Marcos Pazzini, diretor da consultoria Target, que estimou o potencial de compra das camadas sociais. A capacidade de consumo da classe C, que no ano passado teve renda média mensal familiar de R$ 1.062 (US$ 603,4), desponta em relação às demais quando se consideram as subdivisões das camadas A e B. A importância dessa imensa classe média que se está formando no País ganhou contornos mais nítidos na semana passada, quando a financeira Cetelem, do grupo francês BNP Paribas, divulgou uma radiografia da classe C. A pesquisa, feita pelo Instituto Ipsos a partir de 1.500 entrevistas, revela que a classe C reúne hoje 86,2 milhões de pessoas e é a maioria da população, com 46%. Só no ano passado, quase 20 milhões de pessoas passaram a fazer parte desse estrato social. A maioria (60%) é egressa das camadas de menor renda, as classes D e E, aponta a pesquisa. Crescimento do emprego, facilidade de crédito, estabilidade dos preços e recursos de programas sociais foram o passaporte para a ascensão social dos mais pobres e a formação de uma grande classe média. A pesquisa mostra que a classe C tem várias aspirações de consumo que, em parte, já estão sendo realizadas. Entre elas, a compra de eletrodomésticos, celulares, computador, entre outros itens, graças às facilidades do crédito, com prazos longos e juros cadentes. Mas o grande sonho de consumo dessa fatia da população é a casa própria. A enquete mostra que 16% dos integrantes da classe C pretendem comprar uma casa este ano, um nível recorde. Em 2005, esse indicador estava em 10% e pulou para 14% em 2006.