31/01/13 12h26

Classe C alimenta cenário otimista para 2013

Valor Econômico

Há dez anos eram em 20 milhões os brasileiros em condições de realizar viagens de turismo. Com o avanço do poder aquisitivo da população de menor renda, esse número chega hoje a 50 milhões e a estimativa é que mais 20 milhões de pessoas sejam incorporados nos próximos cinco anos a esse mercado. "Com uma evolução de público consumidor tão acentuada, as perspectivas de negócios não poderiam ser melhores", diz Antonio Azevedo, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav).

O ano de 2012, no entanto, foi de crescimento moderado. Segundo a Abav, o PIB brasileiro do turismo em 2011 foi de US$ 90 bilhões, sendo que 85% dos negócios tiveram a intermediação das 24 mil agências de viagens formais e informais que operam no país, que foram responsáveis por 60% das passagens aéreas vendidas, 99% dos cruzeiros marítimos e 65% das reservas hoteleiras. Em 2012, o crescimento real do setor foi ligeiramente superior a 2% no ano. Para 2013, a Abav projeta um crescimento nominal entre 8% e 10%.

O início de 2013, porém, pode apresentar uma pequena desaceleração. Segundo pesquisa feita em novembro pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a Embratur, instituto ligado ao Ministério do Turismo, 31,9% dos brasileiros declararam intenção de viajar em um horizonte de seis meses, em novembro de 2011, eram 35,3%.

Entre os propensos a viajar nos próximos meses, 75% devem optar por destinos nacionais, uma ligeira redução em comparação aos 76,3% registrados em 2011. enquanto na pesquisa de 2011. O Nordeste é preferido por 42,6% dos interessados em conhecer melhor o país, seguido pelo Sudeste (26,5%), Sul (17,8%), Centro-Oeste (5,9%) e Norte (7,2%).

A entrada de novos consumidores no mercado mexe com a demanda por diferentes destinos turísticos. O movimento, em um primeiro momento, reforçou locais como Nordeste e Rio, e as praias paulistas e catarinenses, que continuam como as principais atrações para o brasileiro. Mas já é sensível a busca de outros destinos, principalmente os internacionais, diz Azevedo. Estados Unidos, Caribe, Argentina e Chile são os preferidos. "Um pacote de uma semana em um resort cinco estrelas em Punta Cana, no Caribe, pode sair mais em conta do que uma viagem do mesmo padrão para o Rio Grande do Norte. Preço competitivo e o status de viajar para o exterior impulsionam as vendas de pacotes internacionais", diz Azevedo.

No Brasil, Foz do Iguaçu, na divisa do Paraná com Argentina e Paraguai, se consolidou como a primeira opção entre os estrangeiros, diz o presidente da Abav. A Copa do Mundo em 2014 não gera expectativa entre as agências nacionais. "O turista já vem com pacote completo, comprado de agências credenciadas pela Fifa", diz Azevedo. "O evento, porém, divulga a imagem do país e pode ajudar a gerar negócios no futuro."