17/06/11 11h49

Claro muda foco para recuperar crescimento

Valor Econômico

Espremida pela concorrência da TIM, a operadora de telefonia móvel Claro anunciou ontem uma mudança em seu posicionamento. Com campanha e produtos novos, a empresa planeja se firmar na oferta de internet móvel, mas descarta entrar numa guerra de preços para segurar a vice-liderança do mercado. A estratégia é ocupar um meio-termo entre a imagem de operadora com serviços mais sofisticados, explorada pela Vivo, e a identidade popular que a TIM construiu com sua aposta no pré-pago. "A demanda por smartphones cria a necessidade de reposicionar a Claro como a empresa conectada ao mundo da internet móvel. Esse espaço está vago", afirmou ontem o diretor de marketing da companhia, Erik Fernandes, em entrevista à imprensa.

A primeira iniciativa da Claro é a criação de um canal de atendimento para auxiliar os usuários de smartphones e tablets a configurar e explorar os recursos desses aparelhos. "Muitas pessoas não sabem o que é um smartphone", disse Fernandes. Outra ação da operadora é o lançamento de dispositivos sobre os quais terá direito de venda exclusivo até o fim do ano: um novo modelo de tablet da Samsung (o Samsung Tab 8.9) e um telefone móvel da LG (Optimus 2X).  Segundo o executivo, a oferta de aparelhos é um passo necessário para viabilizar o projeto de se tornar uma operadora voltada à internet móvel. Por isso, a Claro vai manter a estratégia de subsidiar a venda de terminais. No caso dos celulares pré-pagos, o assinante compra um smartphone e o pagamento é revertido em créditos para navegar na web.

O anúncio da Claro veio num momento em que analistas têm afirmado que falta à operadora uma identidade de marca. Embora a Claro seja a operadora que mais vende celulares de terceira geração (capazes de acessar a internet em alta velocidade), isso não tem se revertido no crescimento de sua base de assinantes ou de sua rentabilidade. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) referentes a abril, a Claro tem 53,95 milhões de clientes, apenas 222 mil à frente da TIM. A operadora italiana cresceu ancorada nos celulares pré-pagos e em planos de uso ilimitado.