28/08/10 14h19

Cingapura amplia investimentos no Brasil

O Estado de S. Paulo – 28/08/10

A Temasek, empresa de investimento do governo de Cingapura, quer descobrir as futuras multinacionais brasileiras. Com US$ 132 bilhões em patrimônio, a gestora abriu escritório em São Paulo e busca oportunidades para investir em companhias com potencial de crescimento no País. "O Brasil possui várias empresas com capacidade de competição global, mas pode ter muito mais", destaca o diretor-gerente da Temasek na América Latina, Alan Thompson.

As grandes transformações econômicas, com aumento de renda da população atraíram a Temasek para o Brasil. Thompson se mudou para São Paulo e vai acompanhar os investimentos. Entre os investimentos que o fundo já possui no País estão aportes em dois fundos de private equity, um da Pátria Investimentos e outro da GP. "Foi a forma que encontramos para começar os negócios no País, procurando gestoras locais e que conhecem o mercado", disse o executivo. A Temasek também possui participações diretas em companhias como a BR Properties, a San Antonio (da área de petróleo e gás) e a Amyris, da área de biocombustíveis. Recentemente, a gestora tornou-se, indiretamente, sócia da TAM, já que possui participação na chilena LAN Airlines, que anunciou a fusão com a companhia brasileira.

Do total de recursos administrados pela Temasek, 10% foram reservados para países da América Latina e África e Oriente Médio. Segundo Thompson, os recursos a serem investidos no Brasil dependerão das oportunidades de investimento que surgirem nos próximos anos. A gestora possui nove escritórios fora de Cingapura, em cinco países. Tamanho. Thompson diz que a Temasek não tem um tamanho mínimo de investimento, nem setores específicos. Já aplicou US$ 6 milhões em uma companhia de biotecnologia na Ásia e também já investiu US$ 1 bilhão no Bank of China. Sobre os segmentos mais atrativos da economia brasileira, Thompson cita os setores de óleo e gás, consumo interno, recursos naturais, energia e infraestrutura - especialmente por conta dos grandes eventos que o Brasil sediará nos próximos anos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.