Ciesp quer incentivar empresas a atuarem na área de petróleo
Investimento no setor deve chegar a US$ 400 bi até 2020
Cruzeiro do Sul – SorocabaA exploração das reservas de petróleo e gás do pré-sal deve oferecer oportunidades de atuação para diversas empresas nos próximos anos. A expectativa é de que o investimento neste setor chegue a US$ 400 bilhões até 2020, representando 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Mas, para compreender essas oportunidades de ganho, as empresas devem se capacitar e focar na inovação. É isso o que alerta o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), que realizou um plantão de esclarecimentos para os empresários de Sorocaba e região na semana passada e deve iniciar as atividades do Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação na Cadeia de Petróleo e Gás (Nagi PG) em maio.
"Nós temos, de três anos para cá, num trabalho muito intenso desenvolvido pelo Ciesp, Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e USP (Universidade de São Paulo), alguns projetos com o foco em inovação tecnológica", diz Romeu Grandinetti, gerente do Departameto de Tecnologia do Ciesp. E, diante do cenário propício ao investimento no setor de petróleo e gás, que demanda grande volume de recursos e alta tecnologia, o Ciesp deve colaborar para que as empresas observem e foquem seu potencial de inovação. "É um ramo de oportunidades com muitos recursos de investimento e de custeio operacional", acrescenta ele.
Em torno de 10 empresas da região manifestaram interesse na iniciativa, que objetiva atender a até 20 indústrias da regional do Ciesp de Sorocaba. O programa deve contribuir para a implementação de uma gestão de inovação nestas empresas. "Para ela fazer isso, tem de ter um plano de gestão de inovação; o programa ajuda a empresa a fazer isso", conta Grandinetti. Outra iniciativa do Nagi PG vai ser uma assessoria para que as empresas saibam como fazer esta inovação, com o auxílio junto a centros de pesquisa e no acesso a linhas de financiamento.
Inovações O analista de projetos do Ciesp, Egídio Zardo Júnior, explica que as empresas podem identificar oportunidades dentro de seu próprio setor, podendo tanto inovar em um produto que já é produzido, quanto no aumento da produção para atender a esse mercado. "Se o empresário vende uma válvula, por exemplo, para o setor sucroalcooleiro, ele pode fazer uma inovação na válvula para vender ao setor de petróleo e gás", diz.
Mas o mercado é bastante amplo, avisam os especialistas. Eles citam o exemplo de uma plataforma, que é quase uma cidade por conta da variedade de elementos que estão inseridos nela. "Numa plataforma, é preciso todo o tipo de insumo; uma empresa que vende alimentação, pode vender lá também, assim como a de limpeza", complementa Zardo. Segundo ele, as empresas podem utilizar o programa para fazer melhorias no que já produzem ou criar outra camada de inovação ligada ao setor de petróleo e gás.
Mercado amplo O mercado de petróleo e gás é amplo e não se restringe à Petrobras, diz Grandinetti, que observa um grande número de outra operadoras em atuação no País. "Essas empresas demandam o mesmo apoio de fornecedores que a Petrobras precisa", explica Zardo. Ele destaca que qualquer empresa pode fornecer para essa cadeia que atua no setor. "A gente mostra para o empresário quais são essa empresas, quais compram", completa.
Para Egídio Zardo, o setor de petróleo e gás tem grande potencial até 2022 e podem faltar empresas que atuem nesta cadeia. "Até 2022, vamos ter 100 milhões de veículos automotores, que precisam de combustível", lembra ele, acrescentando que, se não houver investimento neste setor, o Brasil precisará importar produtos.
Para participar do Nagi PG, o empresário interessado deve procurar o Ciesp de Sorocaba. Outras informações e as condições necessárias para tanto, podem ser obtidas no endereço www.fiesp.com.br/nagipg.