Cidades da Região viram polo de energia renovável
Em 2015, setor de energia eólica expandiu mais de 60% no Brasil, segundo o Ministério de Minas e Energia; capacida eólica instalada já atinge 8,98 GW e deve aumentar
Jornal de JundiaíSegundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a participação da energia eólica na matriz brasileira deve continuar este ano em uma trajetória de forte crescimento, após uma expansão acima de 60% no ano passado. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), a capacidade instalada atual no Brasil é de 8,98 GW, somando as 360 usinas em funcionamento.
No caso da energia solar, os números também são positivos. O MME espera que, em 2018, o Brasil esteja entre os 20 países com maior geração considerando-se a potência já contratada (2,6 GW) e a escala da expansão dos demais países. Estudos para o planejamento do setor elétrico em 2050 estimam que 18% dos domicílios no Brasil contarão com geração fotovoltaica (8,6 TWh), ou 13% da demanda total de eletricidade residencial.
Esse otimismo em relação ao setor de energias renováveis começa a trazer frutos - leia-se investimentos - para a Região de Jundiaí. No último trimestre do ano passado, a gigante sueca SKF investiu US$ 22 milhões (mais de R$ 80 milhões) na construção de uma fábrica da Kaydon, exclusivamente para produção de anel de giro para fabricantes de turbinas eólicas. O foco da fábrica,que emprega 150 pessoas, é atender somente o mercado interno.
“A produção desta unidade é destinada a atender à crescente demanda da GE (General Electric). Não trabalhamos com a perspectiva de exportação a partir da unidade brasileira. O Ministério de Minas e Energia projeta crescimento da energia eólica para este ano. E essa projeção, mais o apelo sustentável desse tipo de geração de energia, nos deixa muito confiantes no contínuo aumento da demanda por peças e equipamentos no Brasil”, informa a SKF por meio de sua assessoria de imprensa.
A empresa afirma que existe a possibilidade, caso seja necessário, de acrescentar um terceiro turno de trabalho, aumentando a capacidade de produção para oito conjuntos por semana. Outra peso pesado do setor que também já está produzindo na Região é a Weidmann, multinacional de origem suíça presente há 39 anos no Brasil. A empresa - que atende os principais fabricantes de transformadores do País, incluindo transformadores eólicos - transferiu sua fábrica de Piracicaba para Valinhos em dezembro do ano passado, dando início a produção na nova planta (com 140 funcionários) em janeiro. A logística, no caso da Weidmann, foi o fator decisivo.
“Procurávamos por uma localização que nos desse fácil acesso às principais rodovias para escoamento das mercadorias e que tivesse pouco distanciamento de Piracicaba, permitindo uma maior retenção dos funcionários ativos. Além disso, encontramos em Valinhos uma planta com layout favorável para o nosso fluxo de produção”, destacou a empresa em nota. O objetivo da Weidmann é estar pronta para a retomada dos investimentos, prejudicados por conta da crise político-econômica. “Não temos uma demanda maior hoje em comparação com anos anteriores(...). Porém, temos uma planta pronta para a retomada de investimentos e aumento de volumes”, afirmou. Além dos dois projetos recentes citados acima, uma terceira empresa do segmento também fez investimentos na Região. Em 2014, a VCI Molde investiu R$ 6 milhões para produzir nacellis em fibra de vidro para geradores eólicos em Itupeva.
Agência - Todos os projetos mencionados na reportagem receberam apoio da Investe São Paulo, agência de promoção de investimentos ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo.