28/09/09 10h50

Cidade pequena vira opção para construtoras

DCI

O mercado da construção foi pego de surpresa sobre a inclusão das cidades com menos de 50 mil habitantes no programa federal "Minha Casa, Minha Vida" (PMCMV), cuja formalização aconteceu com a publicação do Decreto n. 6.962, há uma semana. Conforme o Decreto, o Governo Federal, por meio da administração dos recursos pelo Ministério das Cidades, destinará ainda o subsídio de R$ 1 bilhão (US$ 556 milhões) para esse perfil de cidades, pelo PMCMV. Conforme dados de 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o território nacional possui 4.976 cidades com menos de 50 mil habitantes.

De acordo com a Caixa Econômica Federal (CEF), um dos pontos do novo decreto é que o recurso, administrado pelo Ministério das Cidades, será distribuído para outras instituições financeiras, além da CEF e do Banco do Brasil (BB), por leilão. Portanto construtoras e prefeituras deverão correr atrás das instituições vencedoras desses pregões.

Especializada na construção de unidades econômicas, a Tenda informou que, tendo conhecimento da inclusão do grupo de municípios ao PMCMV, dará início aos estudos de viabilidade para atuar nessas cidades. Já a Camargo Corrêa, representada na construção para o segmento econômico residencial pela HMengenharia, cujo foco é o Estado de São Paulo, afirma que a atuação do grupo nessas cidades ainda é objeto de estudos. Sobre o interesse de atuar nos municípios, a Camargo Corrêa informou que aguardará a divulgação das condições do programa, como os limites de financiamento da Caixa e as contrapartidas da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) de São Paulo.

Para o diretor de Incorporação da Bairro Novo, Daniel Ruman, é necessário haver margem de lucro para enfrentar uma obra nas pequenas cidades. "Eu escutei comentários que os imóveis para essas cidades, quando aprovada a inclusão no programa, teriam valor mais baixos. Se isso se realizar, não existiria margem para construção em grande escala." A Bairro Novo é a empresa responsável pelas obras residenciais econômicas da Odebrecht. Sua produção é feita em grande escala, com a construção de, no mínimo, 1.000 edificações. Ruman afirma que a empresa pretende atuar no grupo de cidades "quando for viável".