05/10/09 10h22

Ci&T estuda novas aquisições no país

Valor Econômico

Ganhar competitividade no mercado internacional exige da empresa, muitas vezes, ganhar musculatura em seu país de origem. Após a criação de uma companhia em parceria com a japonesa Rococo, a Ci&T, empresa brasileira voltada à terceirização de serviços de tecnologia, estuda novas aquisições no mercado interno e se prepara para uma eventual abertura de capital. Na mira da Ci&T estão empresas de pequeno porte, que nasceram em incubadoras e atuam em segmentos nos quais a companhia detém uma participação de mercado pequena. "A proposta inicial era adquirir uma empresa nos Estados Unidos, mas houve dúvidas se a aquisição funcionaria do ponto de vista da cultura empresarial", afirma o presidente da Ci&T, Cesar Gon.

A companhia pretende ganhar competitividade em alguns segmentos de mercado, mantendo a estrutura das empresas adquiridas. "Não quero ter de reformular a empresa", diz Gon. Em março, a Ci&T adquiriu a BI-One, empresa paulista que presta serviços de consultoria para implantação de sistemas analíticos, com apoio financeiro do BNDESPar. A companhia também detém 55% de participação acionária na Sensedia (que tem também como sócio o fundo Novarum).

A Ci&T possui em caixa R$ 20 milhões (US$ 11 milhões) para realizar três aquisições, diz Gon. Segundo o executivo, ainda que as compras sejam feitas no Brasil o objetivo final é crescer no mercado internacional. Neste ano, 40% do faturamento da empresa veio de operações no exterior, 5 pontos percentuais acima do verificado no ano passado. Desse total, 95% da receita externa foi originada nos Estados Unidos. A Ci&T iniciou o processo de internacionalização há seis anos, com a instalação de escritórios comerciais na Filadélfia (EUA) e em Londres (Inglaterra). Mas só neste ano investiu na instalação de um laboratório de desenvolvimento de software fora do Brasil - em Ningbo, na China, que opera com 27 funcionários.

A expectativa é repetir, neste ano, o faturamento de R$ 70 milhões (US$ 38,3 milhões) obtido em 2008. Para 2010, a meta é chegar a R$ 100 milhões (US$ 56 milhões) de receita, sendo 50% obtidos com operações no exterior - especialmente com elevação das vendas para a Ásia. Ao alcançar esse faturamento, diz Gon, a empresa pretender abrir capital. "Com essa receita, fica mais fácil atrair investidores", afirma.