14/04/10 14h11

Chineses vão explorar petróleo no Brasil

O Estado de S. Paulo

A petroleira chinesa Sinopec terá participação acionária em dois blocos petrolíferos da Petrobras no norte do País. O negócio será selado no fim da semana, durante visita do presidente da China, Hu Jintao, ao Brasil, em acordo de cooperação que inclui ainda as áreas de serviços e equipamentos para o setor de petróleo.  A comitiva chinesa assinará acordos também em outros segmentos da economia, como telecomunicações e siderurgia. A Sinopec informou ao Estado que vai assinar dois documentos com a Petrobras.

O primeiro acordo conclui negociações iniciadas no ano passado, quando Petrobras e Sinopec iniciaram conversas para a entrada da companhia chinesa em blocos exploratórios no País, dentro de uma política de internacionalização desta última. Pelo acordo, a Sinopec terá uma fatia nos blocos BM-PAMA-3 e BM-PAMA-8, em águas profundas da Bacia do Pará-Maranhão. O negócio marca a estreia da Sinopec no segmento de exploração e produção de petróleo no Brasil. A empresa está presente no País desde 2004, atuando na construção de gasodutos para a Petrobras - foi ela a responsável pelo maior trecho do Gasoduto Sudeste Nordeste (Gasene), inaugurado no mês passado.

O segundo documento diz respeito à ampliação das operações. Além de exploração e produção, Sinopec e Petrobras vão identificar oportunidades conjuntas em segmentos como refino e fornecimento de bens e serviços para o setor de petróleo. Segundo fontes do mercado, a companhia chinesa está negociando uma parceria com a baiana Delba Marítima para a construção de uma das cinco sondas que a empresa vai construir para a Petrobras.

O Ministério das Relações Exteriores informou que outros três contratos serão assinados pela comitiva. Dois são no setor de telecomunicações, envolvendo a Oi e a fornecedora de equipamentos Huawei, com financiamento do banco de desenvolvimento da China; e a Vivo e a fabricante de celulares ZTE. Huawei e ZTE são indústrias chinesas que têm filiais no Brasil. O outro negócio é da empresa siderúrgica chinesa Wuhan Iron & Steel (Wisco) com o grupo EBX, do empresário Eike Batista. Existe um memorando de entendimento para que a Wisco construa uma usina siderúrgica no complexo do Açu.