16/07/09 10h01

China sustenta a venda de celulose brasileira em 2009

DCI

Começa hoje a temporada de balanços trimestrais do setor de papel e celulose com a divulgação dos números da Aracruz, que deve apresentar lucro líquido em função da valorização do real ante o dólar, mas cujo resultado operacional deve ser fraco.

No geral, segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) no primeiro semestre de 2009 o desempenho das empresas do setor apresentou disparidades quando o assunto é papel ou celulose. No primeiro, as vendas caíram na maior parte dos segmentos. Em celulose, o resultado foi positivo, puxado em grande parte pela China, que aumentou em 119% a importação do Brasil, em comparação ao mesmo período de 2008. Esse movimento é a combinação entre a competitividade da celulose nacional e a retirada de capacidade na Europa e na Ásia, que somam 7 mi de toneladas, mais de 10% da produção mundial entre fibra curta e longa.

Com esse aumento vertiginoso, a China passou a ser o maior destino das vendas brasileiras. Esse fenômeno já tinha sido notado pelas empresas do setor. De acordo com o diretor presidente da Cenibra, Fernando Fonseca, as vendas para o país oriental subiram praticamente 100%. "A China representava 15% de nossas vendas, hoje, esse nível é de 30% e como aquele país está em crescimento, ainda é um mercado que tem muito potencial de crescimento", explicou o executivo. Fonseca disse ainda que a China absorveu uma boa parte da demanda que sobrou no mercado em decorrência da retração na Europa, Japão e Estados Unidos.

Outra empresa que registrou esse movimento de mercado é a Suzano, que, segundo seu presidente, Antônio Maciel Neto, já é o destino de 50% das exportações. "A China tem compensado a queda nos outros mercados" disse ele. "Anteriormente, a Suzano vendia cerca de 30% agora nos primeiros cinco meses metade das exportações foram para lá, embora os preços tenham ficado menores", completou ele. A Aracruz já havia registrado o aumento da demanda global por celulose de fibra de eucalipto no primeiro trimestre do ano em 64%, principalmente em função da China. A VCP, que apresentará seus resultados amanhã à tarde, também afirmou em seu comunicado com as perspectivas para o final do trimestre que o país oriental apresentava um aumento de demanda.