08/12/09 11h17

Chegada da estatal mexe com Santos

Valor Econômico

Os investimentos em curso pela Petrobras, via unidade de negócios de exploração e produção de petróleo da bacia de Santos, impacta o município em ritmo de redescoberta. No papel de âncora, a estatal produziu um efeito em cadeia no setor imobiliário da cidade e da região, pela migração de mão de obra especializada. O mesmo fenômeno que já havia sido deflagrado com a vinda de terminais portuários, após a privatização das operações do cais.

Com pouco mais de 1.100 vagas abertas pela unidade da Petrobras, acelerou-se o otimismo dos investimentos em imóveis residenciais e comerciais, notadamente de escritórios de grandes empresas. Segundo a consultoria imobiliária CB Richard Ellis, a vacância nesse segmento, em Santos, já está abaixo de 3%, ante a taxa de 8%, considerada igual a zero, pela rotatividade normal das ocupações.

Um pré-lançamento de 16 lajes corporativas, no eixo da avenida Ana Costa, cuja destinação para áreas comerciais tem se acentuado, está com cerca de 40% de suas unidades vendidas. Sua metragem quadrada dá a medida da tendência no momento: quase 700 metros de área construída, na base de R$ 4 milhões (US$ 2,3 milhões) cada uma. A construtora é a Lindencorp, com a intermediação da Real Consultoria Imobiliária. Outro prédio, com área total de 18 mil metros quadrados, também no eixo da Ana Costa, representará um investimento de R$ 120 milhões (US$ 69,8 milhões), exclusivamente para locação. A construtora é a SDI, com apoio financeiro de um fundo americano.

Esse clima de otimismo, que terá impacto positivo nas receitas orçamentárias do município, deve se agudizar por volta de 2012, com a conclusão das obras das torres da Petrobras, no bairro do Valongo, que terá um "choque" de modernidade. A região, uma das mais antigas da cidade, abriga construções em fase de decrepitude. Como vizinho das torres estará o Museu Pelé, em fase de projeto.

Escassez e valorização de áreas, ainda que com baixíssimo crescimento populacional (praticamente estável em torno de 418 mil habitantes), o município já enfrenta sérias dificuldades de trânsito, a ponto de se admitir a hipótese de rodízio de veículos, até agora descartado pela administração municipal.