Centros logísticos crescem no País
E-commerce e demanda por agilidade puxam expansão de galpões de alto padrão
Estado de S. PauloCom foco nas demandas de empresas e consumidores por operações de distribuição e entrega cada vez mais rápidas e eficientes, o mercado de centros logísticos tem se expandido e se modernizado no País. A oferta de galpões de alto padrão deve crescer mais de 50% no Brasil até 2017, para 37,4 milhões de metros quadrados, calcula a consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle (JLL).
Os maiores mercados estão em São Paulo e no Rio de Janeiro, que concentram 70% da área destinada a esse perfil. O setor se destaca por apresentar uma demanda consistente mesmo em meio a um período de desaquecimento econômico no País, impulsionado por atividades em expansão, como o comércio eletrônico.
Centros logísticos são o tema de discussão de um dos painéis do 1.º Summit Imobiliário Brasil 2015, evento de perspectivas para o mercado imobiliário promovido pelo Estado e pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), dia 14 de abril, no hotel Grand Hyatt, em São Paulo. O painel contará com a presença de Allan Paiotti, presidente do Guarde Aqui, Mauro Dias, presidente do GLP Brasil, e Walter Torre Jr., fundador do Grupo WTorre e atual presidente do Conselho de Administração da WTorre S/A.
O conceito de galpão foi se transformando ao longo dos últimos anos, com exigências cada vez mais criteriosas. "Antes, quem tinha fábrica fazia o próprio galpão. Hoje, a empresa aluga um espaço especializado e mais sofisticado, com padrões mundiais", diz Roberto Patiño, diretor de transações da JLL. Entre os critérios da consultoria para galpões de alto padrão estão pé-direito de 12 metros, isolamento acústico e térmico e piso nivelado a laser, com capacidade de cinco a seis toneladas por metro quadrado.
Ele afirma que, a fim de priorizar a mobilidade, aumentar a agilidade de seus serviços e cortar custos, muitas empresas têm se mudado para espaços mais qualificados.
"Empresas de bens de consumo estão sem dúvida melhorando sua capacidade logística, de forma a se ajustar às exigências do mercado. Na nossa métrica, é um setor que tem previsão de crescimento bastante agressiva", diz.
Há poucos anos, a demanda por centros logísticos modernos era superior à oferta no País. Em pouco tempo, essa situação se inverteu. De olho nesse setor em expansão, a gigante Prologis, maior empresa do mundo em desenvolvimento e administração de condomínios logísticos, se uniu em 2008 à CCP, da Cyrela, para entrar no mercado brasileiro.
"Nós fizemos a entrega do primeiro galpão em 2011. Hoje, temos quase 600 mil metros quadrados prontos e terrenos - nossos ou de parcerias - para mais 1,5 milhão de metros quadrados", diz Hardy Milsch, presidente da Prologis CCP.
Ele afirma que a empresa se mantém otimista com o Brasil. "O mercado continua saudável. Há muitos desafios impostos pela economia, mas temos confiança no brasileiro e vamos continuar investindo. O comércio eletrônico, como as redes varejistas, também é um motivador importante para a nossa indústria."
Dos clientes da Prologis CCP, 60% são empresas multinacionais e 40%, nacionais. "Hoje, nossos clientes têm mais opções e podem escolher o melhor produto do mercado. A tendência que estamos observando é que as empresas querem ficar perto das principais rodovias, com acesso fácil a grandes áreas de população", diz Milsch. Segundo levantamento da JLL, para os próximos três anos, é esperado que São Paulo, principal mercado do País, receba em torno de 7 milhões de metros quadrados, concentrados principalmente nos eixos rodoviários Anhanguera-Bandeirantes, Dom Pedro I e Castelo Branco.