Centro em Campinas apoiará ações da economia solidária
Ideia é melhorar a eficiência do negócio, para que os trabalhadores tenham mais lucro com o serviço; São cerca de 1,5 mil pessoas podem ser beneficiadas
Correio PopularA Prefeitura de Campinas lançou na manhã de quinta-feira (25) o Centro Público de Tecnologia e Inclusão Social, que auxiliará os trabalhadores da economia solidária a gerir seus negócios e a inovar nas técnicas do processo.
A ideia é melhorar a eficiência do negócio, para que os trabalhadores tenham mais lucro com o serviço.
São cerca de 1,5 mil pessoas que podem ser beneficiadas com o Centro, que funcionará na Estação Guanabara, e é uma parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A instituição concederá um grupo de professores para auxiliar os trabalhadores nas demandas referentes a técnicas e utilização de insumos.
"É um laboratório público de inclusão social. Todo os trabalhadores terão apoio. Desde as feiras de artesanato, às hortas e padaria comunitárias, todos estarão amparados em problemas do dia a dia" , disse o prefeito Jonas Donizette (PSB).
O Centro é o primeiro do tipo da América Latina. A verba é federal, com contrapartida da Prefeitura. O valor do convênio anual é de R$ 750 mil, sendo R$ 500 do governo federal. O serviço começa a funcionar a partir do dia 1º de julho, e as inscrições serão feitas via Secretaria de Trabalho e Renda.
O Centro também oferecerá cursos e oficinas. "É uma maneira de ajudar nesse momento difícil. Porque quando cai a economia, também cai o comércio. Com orientação, os trabalhadores poderão ter mais sucesso nos negócios", disse o prefeito. O projeto também poderá ser exportado para outras cidades, com a operação feita pela Unicamp.
O secretário de Trabalho e Renda, Arnaldo Salvetti, disse que o projeto estava parado desde 2011 no Ministério do Trabalho e Renda, em Brasília. "Resgatamos o programa, fizemos contato com a Unicamp e recuperamos a verba", disse. Segundo ele, o projeto vai suprir a demanda das cooperativas e serviços da economia solidária que precisam de orientações técnicas para garantir o serviço.
"Um exemplo é de uma cooperativa que ganhou uma esteira, para operacionalizar. Mas ninguém sabe operar. O pessoal precisa de uma orientação. Outro exemplo é o fornecimento de matéria-prima, que se mudar pode aumentar a quantia de produto fabricado", afirmou.
Unicamp
A pró-reitora de Desenvolvimento Universitário, Teresa Dib Zambon Atvars, afirmou que a ideia é criar um grupo de professores com experiência em economia solidária e outras áreas de inclusão social para ajudar essas comunidades a ter sucesso no projeto.
"São pessoas com menos cultura, que não pôde estudar, normalmente o projeto não é econômico. Eles não se tornam independentes. Eles gastam mais para fazer [o negócio] do que ganhando", afirmou.
Entre as faculdades que estão envolvidas no projeto, inicialmente, estão as a de Ciências Aplicadas, de Limeira, Instituto de Geociências e Instituto de Biologia. "Mas vamos envolver faculdades de Educação, de Engenharia Civil. O trabalho é identificar outras competências na Universidade", disse.
Trabalhadores
O feirante Johaann Franqui, de 21 anos, disse que a maior dificuldade na feira do Largo do Pará é a organização do coletivo.
"Falta uma logística e organização para que os participantes não faltem. E também divulgação. Muitas pessoas moram próximo a feira, mas não sabem que existe" , disse. Franqui tem uma barraca alimentícia na feira.
"Acho que agora teremos mais esperança de crescimento. Acredito que vamos ter mais ‘norte’", disse a feirante Lúcia Helena, de 55 anos, que possui uma barraca na feira Bento Quirino.