Centro de Inovação é credenciado

O governo estadual determinou a criação do local, que funcionará no Centro e abrigará uma incubadora de empresas

Bauru tem, oficialmente, o seu 1.º Centro de Inovação. No último dia 1, o governo estadual determinou a criação do local, que funcionará na região central e abrigará uma incubadora de empresas. Porém, ainda não há previsão para que o espaço, de fato, comece a funcionar, porque depende da liberação de verba para a reforma do prédio, cedido para uso da Unesp.

É o que revela o diretor da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac), da Unesp de Bauru, Marcelo Carbone Carneiro. Segundo ele, o Centro de Inovação funcionará no Edifício Pioneiro, situado na quadra 7 da avenida Rodrigues Alves, e será gerido pela Fundação para o Desenvolvimento da Unesp (Fundunesp), em parceria com o poder público e as demais universidades do município.

O projeto do Centro de Inovação, intitulado Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Financeira e Plano de Negócios, foi protocolado no dia 20 de dezembro do ano anterior. O intuito, conforme consta no documento, é que o espaço abrigue uma incubadora de ideias inovadoras, com base tecnológica e que agregue valor às empresas, além da economia da cidade, benefício previsto em leis estadual e federal.

Inclusive, na última sexta-feira (2), um dos grupos de trabalho da Comissão Permanente de Ciência e Tecnologia se reuniu, nas Faculdades Integradas de Bauru (FIB), para discutir a implantação da Lei Municipal de Inovação, sem a qual o sonho de criar um Parque Tecnológico não viraria realidade. De acordo com Carneiro, a implantação da Lei Municipal de Inovação e o credenciamento do Centro de Inovação são os primeiros passos para tanto.

INCUBADORA

Inicialmente, o Centro de Inovação abrigará uma incubadora de empresas para Bauru e outros 39 municípios da região. "Um aluno de Engenharia ou Design tem a ideia de implantar um aplicativo que mapeie quartos ou residências que poderiam acolher estudantes de fora, por exemplo. A boa ideia poderia contar, ainda, com o financiamento de empresários Interessados, como proprietários de imobiliárias, e se transformar em um bom negócio", explica.

O diretor da Faac acrescenta, ainda, que, para uma boa ideia virar um bom negócio, é importante que o empreendedor saiba de tudo um pouco: economia, administração, marketing, comunicação visual etc. "Essa será a função do Centro de Inovação. Em seguida, a ideia seria incubada - ocuparia um espaço agradável por determinado tempo - até se fortalecer e deixar o local como uma empresa consolidada", complementa.

Outro exemplo é a relação direta com as empresas, fato que ficaria para um segundo momento, por ser mais complicado. "Veríamos, nas empresas já constituídas, o que elas podem ter de inovador para agregar valor ao seu produto", observa.
Já a titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Renda (Sedecon), Aline Fogolin, explica que o objetivo é que o Centro de Inovação abrigue incubadora, projetos, startups, entre outros. "Só com a incubadora já vamos sair ganhando, porque não temos nada parecido na cidade, nem na região. E temos muitos microempreendedores individuais e potenciais empresários que precisam do serviço. Esse pretenso empresário é um gerador de emprego e renda. Incubado, desenvolveria um negócio e fomentaria a economia do município", comenta.

RECURSOS

Com a Lei de Inovação, o Centro de Inovação poderá participar de editais dos governos federal e estadual, além de conseguir recursos de órgãos de fomento, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ou participar da Lei do Bem, na qual os empresários fazem doações destinadas à inovação.

Segundo Aline Fogolin, haverá uma audiência pública para discutir os detalhes da Lei de Inovação, que caminhará junto com o Centro de Inovação, a incubadora e, posteriormente, o Parque Tecnológico, afinal, uma coisa não funciona isolada da outra. Porém, ainda não há uma data definida para tanto.

"A Comissão Permanente de Ciência e Tecnologia foi dividida em dois grupos de trabalho. Hoje (sexta-feira passada), nós fizemos a primeira reunião do grupo de trabalho sobre a Lei de Inovação do nosso município. Na quarta-feira, discutimos a Agenda Municipal da Inovação com o outro grupo. No próximo dia 8, vamos reunir os dois grupos e apresentar a Agenda Municipal de Inovação, com eventos de abril até dezembro deste ano", revela.

A Comissão Permanente de Ciência e Tecnologia pertence a todas as universidades e é um trabalho coordenado pela Sedecon.

Já de acordo com Marcelo Carbone, quando o Centro é credenciado, ele já está habilitado para receber um valor para começar. "O prefeito ficou de marcar uma reunião com o vice-governador e titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Márcio França. Acredito que o recurso inicial deverá girar em torno de R$ 200 mil - para reforma, compra de mobiliário etc", pontua.

No acordo inicial, há, ainda, uma contrapartida da prefeitura, mas o valor ainda não foi discutido.

Como o Centro de Inovação depende de verba estadual para começar a funcionar, não há previsão para que o serviço seja iniciado no município.

Porém, na Unesp, um espaço de coworking está sendo montado e a expectativa é de que esteja pronto dentro de dois meses, aproximadamente. O local poderá ser utilizado enquanto o Centro de Inovação não fica pronto.