03/05/11 11h41

Centro de dados é nova área da GVT

Valor Econômico

Enquanto prepara sua entrada no mercado de TV paga para os consumidores residenciais, a GVT trabalha em outra ponta para ampliar suas ofertas às empresas. A partir deste mês, a operadora começa a oferecer serviços de centros de dados para companhias de todo o país. No alvo estão companhias com faturamento anual médio de R$ 10 milhões (US$ 6,3 milhões). No primeiro ano de atividade, o objetivo é atingir 80 clientes, diz Alcides Troller, vice-presidente de marketing e vendas da operadora. Os centros estão instalados em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Além do armazenamento de informações e sistemas, a GVT oferecerá serviços de gerenciamento e monitoramento de redes de dados. Ao todo, 60 funcionários da companhia estarão dedicados às novas atividades.

De acordo com o executivo, a oferta de serviços de centros de dados é uma demanda antiga de clientes da GVT. A operadora desenvolvia projetos isolados com algumas empresas, mas não havia uma oferta estruturada. Troller explica que a demanda por centros de dados vem crescendo nos últimos anos por conta da informatização e do grande volume de dados eletrônicos gerados pelas empresas. Em meio a esse processo, as áreas que tradicionalmente respondiam pelos sistemas de telefonia estão se unindo aos departamentos de tecnologia da informação (TI), com demandas por espaço para armazenamento de informações, sistemas de segurança e controle sobre a qualidade das conexões de dados. Na avaliação de Troller, esse 'casamento' faz com que a estratégia da GVT seja uma evolução natural de seus negócios.

Os serviços de centros de dados também fazem parte da oferta de operadoras como Telefônica e AT&T. Segundo Troller, a intenção de entrar no segmento existia há bastante tempo. Para iniciar a nova fase de serviços foram investidos R$ 25 milhões (US$ 15,6 milhões) nos últimos quatro meses. De acordo com Troller, o dinheiro foi usado para comprar mais equipamentos e em adaptações pontuais necessárias em cada uma das três unidades. Ao anunciar sua entrada no mundo dos centros de dados, a GVT aumenta suas oportunidades de receitas, mas também seu leque de competidores. Agora, além de outras operadoras, a companhia compete com empresas especializadas nesse tipo de oferta, como Locaweb, UOL Diveo, T-Systems, entre outras.

De acordo com a consultoria IDC, o mercado de centros de dados no Brasil apresentará um crescimento anual de 15% nos próximos quatro anos. Arnaldo Barbulio Filho, gerente de certificações da alemã TÜV Rheinland, calcula que nos próximos cinco anos, o país pode ganhar pelo menos 150 mil m2 - o equivalente a cinco prédios de escritórios com 20 andares cada - em novas estruturas para armazenamento e processamento de dados. A demanda está sendo impulsionada, em grande parte, pela computação em nuvem. Por essa modalidade de serviço, os sistemas e as informações dos clientes são acessados via internet, sem a necessidade de instalar programas nos computadores dos usuários. Os centros de dados são fundamentais nesse processo porque representam uma espécie de cofre no qual os dados ficam armazenados.