Centro apoiado pela FAPESP ganha Prêmio ANP de Inovação Tecnológica
FAPESPO Centro de Pesquisa para Inovação em Gás (RCGI) foi um dos vencedores do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2019, com um projeto de pesquisa que possibilitará ao Brasil monetizar o gás natural explorado nas reservas do pré-sal e reduzir a emissão atmosférica de dióxido de carbono (CO2).
O RCGI é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído pela FAPESP em parceria com a Shell na Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP).
O projeto do RCGI venceu na Categoria 2 da área temática “Exploração e Produção de Petróleo e Gás”. Ao todo, concorreram 147 projetos de pesquisa, em cinco categorias.
Intitulado “Sistema de Armazenamento e Separação Gravitacional de CO2 [dióxido de carbono] e CH4 [gás metano] em Cavernas de Sal Construídas em Ambiente Offshore de Águas Ultraprofundas no Brasil”, o projeto do RCGI prevê a abertura de cavernas na camada de sal, onde o gás natural seria confinado para posterior separação do metano e do dióxido de carbono. Isso ocorreria por meio de uma tecnologia de separação gravitacional, desenvolvida e encaminhada para patente pelo RCGI.
“A caverna é mantida em alta pressão até que o CO2 passe para um estado supercrítico e decante. O metano, que se manteve em estado gasoso durante o processo, seria então retirado, aliviando a pressão na caverna e fazendo com que o CO2 voltasse ao estado gasoso. Esse ciclo seria repetido até o total preenchimento da caverna com gás carbônico, quando, então, esta seria lacrada”, explica o diretor científico do RCGI, o professor Júlio Meneghini, em entrevista para a Assessoria de Comunicação do centro.
Embora já existam cavernas com essa finalidade, é a primeira vez que se desenvolve uma tecnologia para águas ultraprofundas.
O prêmio é organizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e tem como objetivo reconhecer os resultados de projetos que representem uma inovação tecnológica para o setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis. Podem concorrer trabalhos desenvolvidos no Brasil por instituições de pesquisa credenciadas pela ANP, empresas brasileiras e empresas petrolíferas.
A equipe vencedora do RCGI estuda agora a construção de um projeto- piloto em uma caverna, para estudar in loco as condições de separação dos dois gases. O coordenador do projeto, o professor Gustavo Assi, da Poli-USP, contou à Assessoria de Comunicação do RCGI que a meta é concluir o plano da caverna-piloto nos próximos dois anos.