Cenário positivo para o setor sucroalcooleiro em 2010/11
Valor Econômico
A safra 2010/11 de cana no Centro-Sul do país, que terá início a partir de março do ano que vem, deverá crescer 8,8%, para 590 milhões de toneladas, de acordo com estimativas da Job Economia. Segundo Júlio Maria Martins Borges, presidente da consultoria, o aumento do processamento da cana será sobre a matéria-prima que deixará de ser colhida nesta safra por conta das chuvas.
A colheita do Brasil deverá totalizar 654 milhões de toneladas na nova safra, 8% acima do ciclo anterior. Ao contrário de muitas estimativas do mercado, a produção atual de açúcar não deverá explodir com a forte alta dos preços no mercado internacional. A razão é simples: "A capacidade instalada das usinas está próxima do seu limite", afirmou Borges.
No Brasil, a oferta de açúcar está estimada em 37,7 milhões de toneladas, 11,2% maior que o ciclo anterior. As usinas do Centro-Sul deverão produzir 33 milhões de toneladas, ante 29,2 milhões de toneladas nesta safra. "A estimativa anterior indicava produção de açúcar de 30,6 milhões para o Centro-Sul em 2009/10, mas o clima atrapalhou", disse. A oferta de álcool deverá ser também maior, uma vez que o consumo no mercado interno segue aquecido. A produção de etanol do país está estimada em 31,1 bilhões de litros, alta de 16,1%. No Centro-Sul, a estimativa é de oferta de quase 25 bilhões de litros.
Apesar do otimismo sobre os preços internacionais da commodity, que deverão se manter firmes também durante os primeiros meses de 2010, as usinas enfrentam limitação para exportar o produto. Os embarques de açúcar estão previstos em 26,7 milhões de toneladas, um crescimento tímido de 700 mil toneladas em relação ao atual ciclo.
Muitos grupos começaram a investir para elevar a expansão da capacidade de produção das usinas em operação para aproveitarem o bom momento do mercado. Empresas especializadas em construir fábricas de açúcar sentem desde o início do segundo semestre aumento da demanda para este tipo de investimento.