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Cenário fica sombrio, mas investimentos estão mantidos

Valor Econômico - 30/09/2008

Há uma semana, o presidente do Wal-Mart no Brasil, Hector Nuñez, traçava um cenário sombrio caso o pacote de ajuda governamental fosse rejeitado pelo Congresso americano - temor que se transforma agora em realidade. A multinacional americana é a maior varejista do mundo, além de ser a maior empresa dos Estados Unidos em vendas. "A situação nos EUA é algo que não se vê desde 1929. Se o pacote não for aprovado, haverá uma queda brusca das ações e dos negócios", disse Nuñez, durante entrevista na semana passada. Mesmo com toda incerteza, o grupo Wal-Mart não vai alterar o seu orçamento no Brasil para 2009. "Vamos manter o compromisso firmado com o presidente Lula", afirmou Nuñez, que foi recebido pelo presidente da República recentemente. O Wal-Mart prevê um investimento recorde de R$ 1,6 bilhão (US$ 833 milhões) em 2009 no país, com abertura de até 90 lojas. Como a demanda por alimentos é menos elástica e não depende da concessão de crédito, é esperado que os supermercados sofram menos os efeitos da crise. Nos EUA, as vendas do Wal-Mart aumentaram neste ano, na contramão da economia. A varejista capturou os consumidores que passaram a buscar lojas com preços mais baixos. Em agosto, o faturamento das lojas americanas do grupo aumentou 3%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Para setembro, a estimativa é de crescimento de vendas entre 2% e 3%.