21/12/07 16h09

CCR, menos conservadora, vai brigar por Rodoanel

Valor Econômico - 21/12/2007

A Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) não deve repetir no ano que vem o comportamento discreto adotado na licitação de rodovias federais, ocorrido há dois meses. À espera dos editais de privatização de rodovias no Estado de São Paulo, Minas Gerais e de outros trechos federais, a empresa pretende "ser menos conservadora" nas suas ofertas, de acordo com Arthur Piotto, que recentemente assumiu a diretoria financeira e de relações com investidores da CCR. A empresa deverá fazer uma revisão das suas estimativas de crescimento de tráfego e cogitar a assunção de custos maiores. O apetite dos demais competidores - Triunfo Participações e Investimentos (TPI) e OHL já anunciaram interesse nos próximos processos - também pesaram na mudança de atitude da companhia. Com uma dose a mais de ousadia, a CCR espera conquistar a concessão do trecho Oeste do Rodoanel, cuja divulgação do edital é esperada para as próximas semanas. O desembolso alto (outorga mínima de R$ 2 bilhões/US$ 1,12 bilhão combinada com a menor tarifa de pedágio) será compensado com as sinergias geradas com o acesso, pelo Rodoanel, às rodovias já sob administração da CCR - Castelo Branco, Raposo Tavares e o sistema Anhangüera-Bandeirantes. Outro objeto de cobiça é a rodovia Airton Senna/Carvalho Pinto, paralela à Nova Dutra, também controlada pela CCR. A empresa ainda não decidiu se concorrerá sozinha ou se partirá em busca de sócios para a formação de consórcio. A CCR pretende compensar as margens menos robustas oferecidas pelas concessões com novos modelos de negócio. No ano que vem, a empresa deve desenhar o modelo de atuação em logística - um dos negócios em avaliação é a operação de centros de distribuição, instalados em municípios próximos às rodovias administraras pela CCR. Piotto afirmou que o projeto já atraiu o interesse de companhias internacionais, que ofereceram parcerias. Outro filão a ser explorado é o de sistema eletrônico de pagamentos. No ano que vem, os investimentos da CCR nas rodovias sob sua administração e na Via 4 (consórcio que operará a linha 4 do metrô paulistano) serão de R$ 650 milhões (US$ 365,2 milhões).