28/11/24 13h57

CBA desenvolve tecnologia que separa o alumínio do polímero de embalagens flexíveis e cartonadas

Ipesi

A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) acaba de desenvolver um projeto inovador, batizado de Tecnologia ReAl (Recycling Aluminium). Capaz de separar o alumínio e o polímero das embalagens flexíveis e cartonadas, que servem para acondicionar alimentos, bebidas, cosméticos, entre outros produtos, a inovação garante a circularidade e a utilização dos dois materiais em novas embalagens. Desta forma, além de gerar benefícios ambientais, sociais, econômicos, será possível alavancar os níveis de reciclagem de embalagens pós-consumo no país.

A planta onde está instalada a tecnologia, dentro da Fábrica da CBA em Alumínio (SP), tem capacidade de reciclar 1,3 bilhão de embalagens por ano, podendo ser ampliada de forma modular, conforme o crescimento das taxas de coleta. A unidade opera neste momento em fase de comissionamento, ou seja, por etapas e de forma contínua, até atingir escala industrial, prevista para o primeiro trimestre de 2025.

O piloto do projeto foi realizado no CNPEM – Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, localizado em Campinas (SP). O ReAl também contou com a parceria da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), que contribuiu com o financiamento do primeiro módulo desta tecnologia.

“O ReAl chega ao mercado de forma inovadora para potencializar o processo de reciclagem de embalagens multimateriais com alumínio e gerar novas soluções para embalagens cartonadas e flexíveis. Com este novo projeto, reafirmamos o compromisso da CBA com a sustentabilidade e demonstramos que a nossa estratégia está alinhada à adoção das melhores práticas ambientais em toda a cadeia de produção, além de apoiar nossos clientes e parceiros em suas metas de descarbonização das operações e proteção ao meio ambiente. Assim, toda a cadeia será beneficiada”, declara o diretor do Negócio de Produtos Transformados, Inovação e Transformação Digital da CBA, Fernando Varella.

Parceira da CBA e primeira empresa a aderir ao novo projeto da companhia, a Tetra Pak vê com bons olhos a novidade. “No momento em que vivemos, a sustentabilidade não é somente um pilar, ela é a nossa estratégia. A CBA é nossa parceira nesse trabalho e nos ajuda todos os dias a entregar nosso propósito de proteger os alimentos, as pessoas e o planeta. A reciclagem no país ainda apresenta grandes desafios relacionados à coleta seletiva e à conscientização ambiental. Estamos entusiasmados com o ReAl, pois ele concretiza a visão de economia circular, com potencial para potencializar nossa taxa de reciclagem, agregando mais valor ao material pós-consumo e distribuindo prosperidade ao longo da cadeia”, destaca Marco Dorna, presidente da Tetra Pak Brasil.

Além do benefício da reciclagem integral do alumínio e do plástico, outro relevante resultado do projeto ReAl, que já recebeu patente verde, é a geração de hidrogênio (gás com alta capacidade para gerar energia) durante o processo. A grande vantagem do hidrogênio é que ele não gera CO2 e pode ser reutilizado para abastecer a própria planta produtiva, substituindo o uso de combustíveis em etapas de combustão, realizadas por exemplo em caldeiras e fornos calcinadores.

Processo

O processo do ReAl utiliza uma solução alcalina para isolar o alumínio do plástico. Assim, o alumínio é separado e, por ser infinitamente reciclável, volta ao processo produtivo, podendo dar origem novamente a uma folha de alumínio para embalagens, assegurando 100% das suas propriedades. O plástico não reage em meio alcalino e, portanto, sai totalmente limpo ao final do processo, podendo ser reciclado e utilizado em aplicações mais nobres.

Entenda o processo:

– A tecnologia permite separar o alumínio do plástico em todas as embalagens flexíveis e cartonadas que contenham o metal.

– Tanto as embalagens cartonadas quanto as flexíveis passam por uma etapa de limpeza.

– Todo o material é triturado, lavado e levado para o reator químico, que usa uma solução alcalina para separar o alumínio do plástico.

– O alumínio, que é infinitamente reciclável, é novamente incorporado ao processo de fabricação do próprio metal na fábrica da CBA.

– O plástico passa por uma nova lavagem e, na sequência, por uma secadora, podendo ser reciclado e reaproveitado em diversas aplicações, como por exemplo, filmes plásticos e embalagens secundárias.

– O ciclo da reciclagem se fecha, e o alumínio e o plástico são reciclados em novos produtos. 

 

Fonte: https://ipesi.com.br/cba-desenvolve-tecnologia-que-separa-o-aluminio-do-polimero-de-embalagens-flexiveis-e-cartonadas/