CBA amplia produção de alumínio com reciclagem
Com investimento de R$ 115 milhões, unidade inaugurada em Araçariguama é uma das maiores do mundo
Cruzeiro do SulA Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), empresa referência na produção global de alumínio de baixo carbono, inaugurou na terça-feira (3), em Araçariguama -- Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) --, uma linha de tratamento de sucata, além da finalização de seu próprio centro de reciclagem. O investimento de R$ 115 milhões foi feito por meio da Metalex, que é uma unidade da empresa especializada na transformação de sucata de alumínio.
Com as inaugurações, a CBA informa que a produção de tarugo -- barra redonda --, que pode chegar a 90 mil toneladas/ano, terá até 80% de sucata na sua composição, contribuindo para a redução de emissões de gases do efeito estufa. Conforme a empresa, nesse processo, o alumínio é separado de outros componentes, como ferro físico, borracha, plástico, madeira, resíduos de construção civil, e preparado para manter o maior nível de pureza ao material reciclado.
“O tarugo produzido na Metalex terá até 80% de sucata em sua composição, reduzindo consumo de matéria-prima (bauxita), de energia e de emissões de gases do efeito estufa”, explicou Alexandre Vianna, diretor do Negócio Primários da CBA. Segundo ele, atualmente, essa composição é de 65% de sucata, e 35% de alumínio primário.
Ainda de acordo com o executivo, a linha de tratamento de sucata complementa o projeto da companhia de ampliar a produção de tarugos de 75 mil para 90 mil toneladas/ano na Metalex, com a instalação de um forno Sidewell, que foi concluída no final de 2021. “O investimento soma R$ 115 milhões e faz da CBA um player importante no segmento de transformação da sucata de alumínio na América Latina”, destacou Vianna.
O executivo disse também que a CBA pretende alcançar a meta de emissão de gases do efeito estufa (GEE) de 1,4 t CO2e -- dióxido de carbono equivalente -- na unidade Metalex para cada tonelada de alumínio produzido até 2030, de acordo com sua estratégia de descarbonização. “Atualmente, na produção de alumínio mundial, as emissões de escopo 1 e 2 da cadeia do alumínio primário (da mineração até a fundição) correspondem a 15 toneladas de CO2e para cada tonelada de alumínio produzido. Já na CBA, a média dos nossos produtos fundidos tem uma emissão de 2,97 t CO2e por tonelada, considerando o uso de 31% de sucata e 69% de alumínio primário de baixo carbono. Quando olhamos para a produção do alumínio líquido, que é uma das etapas eletrointensivas da produção, o índice de emissões da CBA já é quatro vezes menor do que a média mundial, pois usamos energia de fontes totalmente renováveis, proveniente de 23 hidrelétricas e dois parques eólicos, e implementamos tecnologias que contribuem significativamente com a redução”, acrescentou Vianna.
Centro de Reciclagem
Juntamente com a nova linha de tratamento de sucata, a CBA está reforçando as fontes de captação de sucata, com a criação do primeiro centro de reciclagem próprio, o que permitirá receber toda a gama de sucata pós-consumo (ou de obsolescência) existente no mercado, tanto nacional como internacional.
O local irá receber a sucata e enviá-la, já preparada, não só para a Metalex usar na produção de tarugos, mas também para outras unidades da CBA, em Alumínio -- também na RMS --, e em Itapissuma (PE), além da Alux do Brasil, que é um dos principais fornecedores de alumínio secundário do País, com capacidade instalada de 46 mil toneladas por ano. No ano passado, a CBA concluiu a aquisição da empresa para entrar no segmento de ligas de alumínio a partir de sucata, nos formatos líquidos ou lingote para setores automotivo, construção civil e utensílios domésticos.
“O Centro será importante para diversificar as fontes e os tipos de sucata a serem utilizadas para abastecer a totalidade da demanda, mas manteremos nossa estratégia de valorizar os demais canais”, informou Roseli Milagres, diretora de Supply Chain e Compras, da CBA. De acordo com a executiva, a empresa usa na reciclagem a sucata de clientes e da própria CBA, proveniente do processo produtivo, além de sucata comprada no mercado, importada e adquirida via parcerias.