13/06/08 14h53

Carrefour vai comprar mais imóveis

Valor Econômico - 13/06/2008

Os imóveis do Carrefour no Brasil não irão entrar na operação que a multinacional francesa pretende realizar na Europa com os seus ativos imobiliários. O grupo francês planeja criar um braço imobiliário, para o qual seriam transferidos seus imóveis, e fazer depois o IPO (sigla em inglês de oferta pública inicial de ações) desta empresa. Estima-se que essa operação poderá render ao Carrefour 1,5 bilhão de euros. Mas, no Brasil, a multinacional acredita que investir em imóveis ainda é um bom negócio e que os ativos irão se valorizar ainda mais. "Os ativos imobiliários são uma fonte de acréscimo de valor para o Carrefour no Brasil e para o grupo Carrefour", afirmou José Luis Durán, CEO da multinacional francesa, que estava ontem em São Paulo. Ele trouxe analistas de investimento em ações estrangeiros e investidores europeus para conhecer as operações do grupo no mercado brasileiro. Os imóveis que o Carrefour possui no país não são poucos e, segundo estimativas do mercado, poderiam valer mais de R$ 1 bilhão (US$ 613,5 milhões). Segundo o presidente da varejista no Brasil, Jean-MarcPueyo, 80% das lojas da empresa no Brasil são próprias e o Carrefour quer continuar comprando uma boa parte dos imóveis onde estarão instaladas as novas lojas que serão construídas no futuro. Os planos de Durán para o Brasil, que já é o terceiro maior mercado da companhia no mundo e sua maior operação fora da Europa, são agressivos. "O Brasil é hoje uma prioridade máxima para o Carrefour", disse Durán. Após abrir 13 lojas em 2007, o Carrefour irá inaugurar 18 unidades neste ano. "A partir de 2009, vamos abrir 20 novas lojas por ano", disse Durán. Em 2008, a varejista tem como superar R$ 22 bilhões (US$ 13,5 bilhões) de faturamento no Brasil, depois de ter atingido vendas de R$ 19 bilhões (US$ 11,7 bilhões) em 2007 e conquistado a liderança do varejo brasileiro. Das unidades previstas para o ano que vem, 10 serão da bandeira Atacadão. A rede brasileira, comprada em 2007, transformou-se em menina dos olhos do CEO do Carrefour. Neste momento em que a inflação está em alta em todo o mundo, pressionada pelos preços das matérias-primas, os formatos de loja de baixo preço ocupam um lugar de destaque ainda maior nos planos de expansão das varejistas globais.