29/08/10 14h19

Carlyle compra grupo paulista dono da TriFil

Folha de S. Paulo – 29/08/10

O Carlyle Group, segundo maior fundo de "private equity" (participação em empresas) do mundo, fechou a compra do controle do grupo Scalina, dono da fabricante de meias TriFil. A transação, que não teve os termos financeiros revelados, prevê a aquisição de 51% da Scalina. Os recursos partirão do fundo South America Buyout, do Carlyle, e do Fundo de Internacionalização de Empresas, em parceria com o Banco do Brasil. Segundo a Folha apurou, o negócio chegou a R$ 280 milhões (US$ 160 milhões). As empresas, porém, não comentaram os valores envolvidos.

Pelos termos do negócio, os sócios fundadores da Scalina, Ronaldo Heilberg e Bruno Heilberg, que compartilhavam a gestão da empresa, passarão a integrar o conselho de administração, com outros dois representantes do Carlyle. "O crescimento da classe média, o aumento no consumo e os investimentos em infraestrutura, que eliminarão gargalos para o setor, são alguns dos motivadores do investimento na Scalina", diz Juan Carlos Felix, diretor do Carlyle no Brasil. Fundada em 1963 em São Paulo, a Scalina teve faturamento de R$ 400 milhões (US$ 203,0 milhões) no ano passado. Além da TriFil, a companhia controla a linha de moda íntima Scala e tem licença para produzir e comercializar produtos da rede de surfe Mormaii e da linha Turma da Mônica. No segmento de meias-calças, carro-chefe da empresa, a companhia detém 40% de participação de mercado. Somando o segmento de lingerie, a fatia é diluída para aproximadamente 10%.

"A estratégia é trabalhar na abertura agressiva de lojas, no fortalecimento do relacionamento com clientes, no lançamento de produtos e nos canais de distribuição, para triplicar as vendas da companhia dentro de cinco anos", afirma Felix. Hoje a Scalina comercializa os produtos da marca TriFil por 13,5 mil lojas multimarcas e cerca de cem lojas franqueadas Scala. Por ano, a companhia produz cerca de 120 milhões de peças, distribuídas em três fábricas na Bahia e na Grande São Paulo. Desse volume, 5% são exportados, principalmente para os EUA, a Europa e a América Latina. A intenção é ampliar a participação nos mercados internacionais. Além disso, a companhia está sendo preparada a passos largos para uma abertura de capital, com a estruturação da governança corporativa e de controles.

Segundo os moldes do Carlyle, a saída do fundo das empresas em que investe acontece em geral entre três e cinco anos. A compra da fatia da Scalina faz parte dos planos do Fundo de Internacionalização de Empresas, com recursos de R$ 400 milhões (US$ 228,6 milhões), constituído no mês passado em parceria com o BB.