16/04/08 10h46

Carga aérea dispara com importações

DCI - 16/04/2008

A balança comercial brasileira continua a favorecer as importações, cenário que reflete automaticamente nos resultados das empresas de carga aérea, ao confirmarem que mais da metade dos negócios relativos ao comércio exterior está voltada à vinda de produtos de fora. É o caso da TAM Cargo, em que o recebimento de produtos está na casa dos 60% desde o ano passado, frente ao fluxo de 40% das exportações, e também da Absa Cargo Airlines, que apresenta um número bem parecido, com 58% de chegada de mercadorias ao País. O balanço da movimentação nos 32 terminais de carga da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) demonstra que essa tendência deve continuar ao longo do ano. Porque até fevereiro deste ano, as importações haviam crescido 23,4%, num total de quase 64 mil toneladas, enquanto as exportações avançaram 17,3%, representando mais de 45, 8 mil toneladas - no acumulado do ano, em relação ao mesmo período de 2006. Ao anunciar os resultados de 2007, a empresa de logística da TAM Linhas Aéreas, que mudou de nome de TAM Express para agora TAM Cargo, confirma a tendência de internacionalização da controladora, ao revelar que as receitas com o mercado externo cresceram 153%, contra os 11,9% do mercado doméstico em 2007. Com isso, o comércio exterior já é responsável por 54% da receita de R$ 776,8 milhões (US$ 402,5 milhões), que a empresa alcançou em 2007. De acordo com Marcelo Rodrigues, diretor da TAM Cargo, os ganhos com cargas internacionais devem aumentar ainda mais com a ampliação da frota atual de 110 aviões para 123 até o final de 2008. O executivo destacou que a inclusão de três novas rotas ou destinos internacionais, intenção que a TAM reafirmou para este ano, mais a consolidação das rotas inauguradas em 2007, para Milão, Madri, Frankfurt, Montevidéu e Caracas, deve favorecer ainda mais este cenário. A TAM Cargo pretende ainda aportar R$ 30 milhões (US$ 17,1 milhões) este ano, na infra-estrutura de seus terminais de carga no País, sendo R$ 8 milhões (US$ 4,6 milhões) desse montante destinados a sistemas tecnológicos para dar suporte ao transporte de cargas. Com atividades focadas só no comércio exterior, a Absa Cargo Airlines, de aviões exclusivamente cargueiros, registrou crescimento de 20% em 2007, com mais da metade das operações voltadas às importações. "Estudamos a possibilidade de incrementar as remessas aos Estados Unidos", disse Norberto Jochmann, presidente da Absa, em entrevista ao DCI. Cauteloso, o executivo espera um avanço de apenas 5% em 2008, projeção que ele atribui a atual capacidade de seus aviões, que está quase que totalmente utilizada. Atualmente, a Absa transporta cargas entre Caracas, Valência, Bogotá, Quito, Guaiaquil, Lima, Santiago, Buenos Aires e Assunção. Em 2007, a empresa registrou um faturamento de mais de US$ 244 milhões, frente aos US$ 203,5 milhões registrados no ano anterior.