09/11/09 11h43

Carbono e Bertin unem-se e farão produto químico 'verde'

DCI

A Carbono Química e a Bracol Oleoquímicos, empresa do Grupo Bertin, acabam de fechar uma parceria para a produção de ácido dimérico - produto químico proveniente de fonte renovável, derivado de uma mistura de óleos vegetais e gorduras naturais - o que resultará em uma linha de produção de "oleoquímica verde", que é inédita no Brasil. Esses produtos químicos serão utilizados nos segmentos de resinas, tintas, limpeza doméstica, lubrificantes, graxas e até mesmo, no médio prazo, cosméticos. "É uma parceria que envolve divisão de custos e de lucros sob a linha de produção do ácido dimérico. Ela não é uma sociedade, é uma divisão de riscos e lucros", esclarece o a diretora presidente da Carbono, Vera Gabriel, em entrevista exclusiva ao DCI.

De acordo com o diretor de desenvolvimento da Carbono, Rodrigo Gabriel, a produção será feita na planta da Bracol, já que a companhia tem acesso à matéria-prima exatamente porque já negocia muito com produtos como sebo natural e óleo vegetal. "Nós temos a tecnologia e a comercialização. Já sabemos onde vender. Há três anos estamos garimpando informação nesse mercado. Vamos congregar o acesso a matérias-primas e instalações industriais da Bertin aos nossos desenvolvimentos tecnológicos e presença comercial no setor químico", afirmou Gabriel.

"Este acordo pioneiro reforça o interesse do Grupo Bertin na área da oleoquímica verde, que corrobora o compromisso do grupo com o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis em suas várias áreas de atuação", disse o diretor executivo da Bracol, Rogério Barros, em nota sobre a parceria. De acordo com o executivo da Carbono, a produção deverá ser iniciada no prazo de três meses, já de olho em uma possível exportação para grandes mercados como a Europa e os Estados Unidos. "A nossa intenção é exportar se houver escala. Está na nossa mira", disse Gabriel. De acordo com ele, a exportação pode ocorrer ainda em 2010. "É um projeto no qual trabalhamos há quase três anos, mas a nossa escala ainda é muito pequena. Estamos falando de exportações na casa de 60 a 100 toneladas por mês", especifica.

Gabriel explica que o grande reduto da produção mundial do ácido dimérico hoje está na Malásia, onde ele é produzido a partir do óleo de palma. Mas para a indústria alimentícia o ácido dimérico é um produto essencial porque ele é livre de gordura trans. "Por conta disso, o mercado de tintas, lubrificantes e adesivos começa então a procurar outro fornecedor. Nós não produzimos a partir da palma, mas a partir de uma mistura de outros óleos vegetais. Isso nos torna então uma alternativa, um futuro fornecedor em potencial", afirma Gabriel.