04/10/09 10h12

Capital externo no País vai crescer 21%

O Estado de S. Paulo

O Brasil terá aumento de 21% nos fluxos de capital estrangeiro neste ano, um desempenho muito melhor do que os outros países da América Latina, que terão queda de 24% nos investimentos, segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), espécie de Febraban mundial que reúne 375 bancos do mundo.

Em 2009, o País vai receber US$ 42,7 bilhões em fluxos de capital estrangeiro privado, diante de US$ 34,7 bilhões em 2008. O Brasil havia sofrido queda de 63% nos fluxos de 2007 para 2008. Em 2010, o desempenho será ainda melhor, com fluxo de US$ 63,798 bilhões. "É simples: o Brasil está ajudando a tirar a região da crise", disse ao Estado Phil Suttle, economista-chefe do instituto. "A maioria dos países só tem aumento nos fluxos de capital em 2010, e o Brasil já tem crescimento em 2009."

O desempenho brasileiro é bem melhor do que o registrado nos emergentes como um todo. Nos países emergentes em geral, os fluxos serão de US$ 349 bilhões em 2009, uma queda de 46,3% em relação a 2008, e US$ 672 bilhões em 2010. Para a América Latina, os fluxos de capital vão cair de US$ 132,4 bilhões em 2008 para US$ 99,8 bilhões em 2009, e depois sobem para US$ 150,9 bilhões em em 2010. A principal razão para o bom desempenho do Brasil são os investimentos em carteira (ações e títulos), que passaram de US$ 8,89 bilhões em 2008 para US$ 29 bilhões líquidos em 2009. Serão de US$ 30 bilhões em 2010.

"O Brasil está em uma posição privilegiada", disse Bill Rhodes, vice-diretor do conselho do Citibank e do IIF. "Eu nunca vi o setor bancário brasileiro em tão boa forma, muito líquido e capitalizado, e olha que eu acompanho o Brasil há décadas." O México, na América Latina, foi considerado um dos "atrasados" para sair da crise. E Argentina, Venezuela e Equador sofreram por causa de suas políticas "pouco amigáveis a investidores", segundo o IIF.