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Capacidade instalada atinge nível de 1976

Valor Econômico - 01/11/2007

O Nível de Utilização de Capacidade Instalada (Nuci), índice mensal da Fundação Getúlio Vargas (FGV) incluída na Sondagem da Indústria de Transformação, atingiu o seu mais alto patamar em mais de 30 anos. Segundo Aloísio Campelo Júnior, coordenador do núcleo de pesquisas e análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), o índice de 87% de capacidade instalada é a maior desde outubro de 1976, quando foi de 89%. A sondagem mostra também que o alto nível de uso da capacidade não deve se refletir nos preços tão cedo. Segundo o pesquisador, fatores como o aumento dos investimentos e a pressão causada pelas importações, auxiliadas pelo câmbio, ajudam a manter este quadro de aquecimento sem atingir o equilíbrio da inflação. Mas Campelo não garante que este quadro se manterá. "Tradicionalmente, o Nuci cai um pouco entre dezembro e março, voltando a subir no segundo trimestre. Esta é a hora que o empresário tem para fazer investimentos, para não se preocupar com superaquecimento no futuro", disse. Para isso, segundo ele, o governo precisa dar a sua contribuição. "Está na hora de o governo dar sinais aos empresários de que eles podem investir sem medo", explica. Os sinais, no caso, estariam ligados à volta da queda nas taxas de juros. Apesar de no, conjunto, ainda não ser preocupante, o superaquecimento atinge de fato alguns setores. Campelo cita em especial os setores de material de transporte, mecânica, metalurgia, mobiliário e alguns subsetores de alimentos, como carnes e leite. Não só pelo alto índice de uso da capacidade instalada, como também por seus estoques estarem aquém do ideal.