23/03/07 14h19

Cana impulsiona negócios das indústrias

Valor Econômico - 23/03/2007

A WBA é uma pequena empresa que pertence a um grupo maior, o WB (Wood Brook), de Sertãozinho (SP), mas que tem um destaque gigante em seu negócio. A empresa produz redutores de velocidade, utilizados na transmissão de potência. Sem essa peça, é impossível extrair o caldo da cana para a produção de açúcar e álcool. A empresa também fez parte de um consórcio de pequenas indústrias da região de Sertãozinho que exportou equipamentos para a construção de uma usina e refinaria de açúcar para o governo da Venezuela. Agora, a companhia poderá participar de outros projetos parecidos naquele país, afirmou Marco Stevanato, diretor da WBA. Recentemente, essa mesma empresa fechou um contrato com o grupo Nova América para fornecer os redutores de transmissão de potência para a nova usina do grupo no Mato Grosso do Sul. O caso bem-sucedido da WBA ilustra bem o que acontece na região de Sertãozinho e Piracicaba, considerados dois importantes pólos industriais que atuam direta ou indiretamente para o setor sucroalcooleiro, com o fornecimento de peças e equipamentos para construção de usinas. Os pesados investimentos no setor sucroalcooleiro, impulsionados, sobretudo, pela forte demanda global pelo álcool, conta com quase 100 projetos de novas usinas e aportes estimados em US$ 17 bilhões, de acordo com levantamento da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica). Esse bom momento do setor está beneficiando essas pequenas e médias indústrias que fornecem equipamentos e peças para usinas. Em Sertãozinho, há cerca de 550 indústrias, das quais 90% são voltadas para o açúcar e álcool. Desse total, 70 foram instaladas nos últimos 12 meses, segundo Mario Garrefa, presidente do Ceise (Centro de Indústrias de Sertãozinho). Garrefa afirmou que muitas dessas empresas que atendem ao setor sucroalcooleiro estão se expandindo para regiões consideradas novas fronteiras da cana, como Araçatuba, no oeste paulista, e para o Centro-Oeste do país. No ano passado, as indústrias de Sertãozinho exportaram juntas US$ 160 milhões em tecnologia sucroalcooleira.