Campineiros inovam para tentar sair da crise
Correio PopularNa correria do dia a dia, muitas vezes fica difícil lembrar de coisas simples - como colocar uma fruta na bolsa para levar para o trabalho. Para a maioria das pessoas, é um detalhe. Para quem tem espírito empreendedor, é uma oportunidade - que a empresária Patricia Batalha resolveu explorar: ela criou um sistema de delivery de kits com fruta, que são entregues ao cliente a partir de um serviço de assinatura.
Como Patricia, muitos campineiros andam à caça de nichos de negócios. Um estudo realizado pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) mostra que, de 2010 a 2016, esses negócios, classificados como “atividades segmentadas”, cresceram 6,6% ao ano.
E elas estarão em foco entre os próximos dias 24 e 28, quando a Acic e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) realizam a 4ª Semana de Negócios e Empreendedorismo (SNE), com objetivo de oferecer a empresários de Campinas e região, principalmente os pequenos e médios, acesso a informações que possam melhorar suas empresas.
Na lista de atividades da edição deste ano estão um painel de marketing digital, o “Click – Ideia que Inspiram” e o “Day1x” da Endeavor com empreendedores de sucesso. A vice-presidente da Acic, Adriana Flosi, afirmou que é uma grande oportunidade para os empreendedores se atualizarem sobre estratégias e aprenderem sobre ferramentas para o sucesso do negócio.
“A SNE será aberta com um painel sobre marketing digital. Atualmente, quem não tem presença digital não existe”, disse. Na lista de palestrantes estão vários nomes reconhecidos pelo mercado em diferentes áreas.
Clique
A empresária Patricia Batalha teve o “clique” para começar seu negócio quando de tanto ouvir os colegas de trabalho comentarem a forma como ela organizava as frutas que levava para comer durante o expediente.
“Todo mundo me elogiava e dizia que não tinha tempo para preparar frutas para o trabalho. Percebi aí uma oportunidade e fui atrás de informações sobre serviços de assinatura de entrega de frutas. Encontrei casos de sucesso fora de Campinas e, com base neles, montei a minha empresa”, contou.
Após um cuidados trabalho de planejamento e pesquisa, ela moldou Frutífera Delivery, que atende pessoas físicas e jurídicas. “Montei diversos kits com uma grande variedade de frutas e criei uma plataforma on-line para comercializá-los. São várias opções para diferentes perfis de consumidores”. Patricia disse que a segmentação foi essencial para garantir o atendimento de necessidades específicas dos consumidores. “O cliente escolhe o plano e a frequência de entrega das frutas frescas, e também frutas secas, se quiser”.
A assinatura do serviço varia de R$ 105,00 a R$ 298,00 para pessoas físicas com quatro entregas por mês. Os planos corporativos dependem da quantidade de pessoas que será atendida. “Um grupo de cinco pessoas custa R$ 40,00 por consumidor. Quanto maior o grupo, menor o custo”, explicou.
Para começar o seu negócio, Patricia investiu R$ 10 mil. “Eu trabalhava na área de comunicação em uma grande empresa, mas resolvi investir no meu próprio negócio. Criei uma sede para a empresa onde é realizada a manipulação das frutas dentro de todas as normas sanitárias”, contou.
O homem dos bolos
Depois de 22 anos trabalhando como representante comercial em uma grande empresa, Jandir José Minarello ficou desempregado e teve dificuldade para se recolocar no mercado.
“Procurei emprego na minha área, mas estava difícil. Decidi pensar em uma outra ocupação e comecei a fazer bolos caseiros. Já fazia em casa, mas não vendia. Quando resolvi apostar nesse nicho, fui fazer um curso para me aprimorar. E deu certo. Nunca havia me imaginado fazendo outra coisa que não fosse de representante comercial. Hoje, me vejo trabalhando com bolos para sempre”, disse.
No cardápio da sua empresa, a “Tia do Bolo”, há hoje 40 opções. “Tenho produtos que custam de R$ 5,00 até R$ 40,00. Trabalho com encomendas, e o cliente pode fazer o pedido pela manhã e receber no mesmo dia à tarde. Não trabalho com bolos para pronta entrega”.