31/08/23 12h10

Campinas terá nova Estação Produtora de Água de Reúso

ETE Anhumas será transformada para triplicar a produção de água de reúso e melhorar tratamento do esgoto

Correio Popular

O prefeito de Campinas Dário Saadi (Republicanos) e o presidente da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), Manuelito Magalhães Júnior, participaram na quarta-feira (30) de manhã da cerimônia que marcou o início das obras para a transformação (retrofit) da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Anhumas em Estação Produtora de Água de Reúso (EPAR). A medida vai proporcionar um salto em relação ao saneamento e à sustentabilidade para o município. A obra está prevista para ser concluída em cinco anos e o investimento estimado é de R$ 194,79 milhões.

Dário afirmou que o retrofit, uma espécie de modernização e revitalização, dessa estação é um marco para Campinas, uma vez que, além de triplicar a produção de água de reúso, melhora a qualidade do tratamento do esgoto. Isso impactará positivamente no patamar de Campinas no setor de saneamento.

“A cidade dá um passo fantástico e se consolida como a cidade referência no País em relação ao saneamento, ao tratamento de esgoto e à distribuição de água. Nós já temos 90% de tratamento de esgoto no método tradicional e vamos chegar, com essa obra, a 50% de esgoto tratado em nível terciário. Isso é fantástico, produzindo água com 99% de pureza”, destacou o prefeito.

A futura EPAR Anhumas vai ampliar em três vezes o volume de água de reúso produzida pela Sanasa. Atualmente, as EPARs Capivari II e Boa Vista produzem 540 l/s, com a entrada da Anhumas em operação serão mais 1.115 l/s, totalizando 1.655 l/s. Significa mais recurso para ser utilizado pelo Corpo de Bombeiros no combate a incêndios e pela Prefeitura na limpeza de ruas, calçadas e rega de jardins de áreas públicas.

Além disso, por se tratar de um produto com índice de 99% de pureza, ao ser devolvida aos rios, vai contribuir decisivamente para a vitalidade da bacia da região de Campinas.

“O impacto ambiental para a região será muito relevante e positivo, pois a água de reúso tem qualidade melhor que o efluente resultante das estações de tratamento convencionais. Trata-se de um salto na tecnologia para o tratamento de esgoto”, explicou Manuelito.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS/2021), Campinas tem um índice de tratamento de esgoto que supera muitas capitais brasileira, 90%. Na comparação com cidades do mesmo porte, como Guarulhos (14,22%), por exemplo, Campinas está muito à frente.

“Podemos afirmar que o início do século 21, aqui em Campinas, marca o ‘século do saneamento’ na cidade. Nesses 23 anos, a Sanasa saltou de 8,47% de esgoto tratado para 90%. Um esforço que exigiu trabalho, experiência e determinação de todos os funcionários da companhia”, destacou o presidente.

O tratamento de esgotos em uma EPAR é feito por meio do uso de membranas ultra filtrantes, o que representa um avanço no tratamento de esgoto da cidade. Portanto, com a EPAR Anhumas, o índice e a qualidade de tratamento de esgoto de Campinas tendem a aumentar consideravelmente nos próximos anos, elevando a posição da cidade no ranking do sistema e trazendo mais benefícios ao meio ambiente.

A ETE Anhumas é a maior estação de tratamento de esgoto de Campinas. A unidade trata 1.115 litros de esgoto por segundo e atende cerca de 450 mil pessoas.

Pacote de obras

A transforação da ETE Anhumas em EPAR não é a única obra anunciada. De olho no aniversário de 50 anos, em 2024, a Sanasa está concluindo um pacote de obras com o objetivo de garantir o crescimento socioeconômico de Campinas. Entre elas, estão a entrega de 20 novos reservatórios de água, que aumentarão em 38,02% a capacidade de armazenamento, e o alcance da marca de troca de 450 quilômetros de rede para reduzir o risco de vazamentos e perdas. São dois dos maiores projetos do conjunto, que engloba cerca de 100 obras. Ao todo, a companhia está investindo R$ 700 milhões.

A Sanasa completou 49 anos na segunda-feira (28) e se destaca como a melhor empresa municipal de saneamento do Brasil, como aponta eleição realizada pela revista Saneamento Ambiental, especializada em controle ambiental, saneamento básico, saneamento ambiental, meio ambiente, poluição e tratamento de resíduos.

Atualmente, a Sanasa atende 99,84% da população da cidade com água tratada e 96,42% com coleta e afastamento de esgoto, com capacidade instalada para tratar 95% desse material. No ano passado, ela tratou 90,04% do esgoto coletado.

A obra de maior valor em execução é a troca de 450 km da rede de água, distância praticamente equivalente à que separa Campinas de Curitiba (PR).
Iniciada em 2021, a substituição, projetada para ser executada em quatro anos, na qual estão sendo investidos R$ 255,29 milhões, é equivalente ao que foi feito na cidade em 27 anos, entre 1994 e 2020. A rede de cimento amianto está sendo trocada por canalização feita de polietileno de alta densidade (PeAd), material mais resistente e com durabilidade superior a 50 anos.

A obra colabora para colocar Campinas entre os oito municípios com a menor taxa de desperdício de água entre as 100 cidades brasileiras mais populosas, aponta estudo feito pelo Instituto Trata Brasil, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) formada por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país. De acordo com o levantamento, a cidade tem uma perda de 20,57%, índice que é praticamente a metade da média nacional, que é de 40,3%.

 

Fonte: https://correio.rac.com.br/campinasermc/campinas-tera-nova-estac-o-produtora-de-agua-de-reuso-1.1414256